O vencedor é o grande derrotado

Toda a gente sabia que o PSD ia perder — ninguém esperava que o PS tivesse um resultado tão mau. A coligação que está no Governo está há três anos a impor a mais terrível austeridade desde o 25 de Abril; está a impor essa austeridade sob supervisão da Europa (e estas eram eleições europeias); está a impô-la de uma forma — extorquindo a classe média em vez de reformar o país — que aliena parte significativa do seu eleitorado.

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Toda a gente sabia que o PSD ia perder — ninguém esperava que o PS tivesse um resultado tão mau. A coligação que está no Governo está há três anos a impor a mais terrível austeridade desde o 25 de Abril; está a impor essa austeridade sob supervisão da Europa (e estas eram eleições europeias); está a impô-la de uma forma — extorquindo a classe média em vez de reformar o país — que aliena parte significativa do seu eleitorado.

Mesmo assim, o PS, com Francisco Assis como cabeça de lista — o melhor candidato possível —, ficou nos 31,5%, com a Aliança Portugal a rondar os 28%. É uma diferença ridícula, que permite que PSD e CDS-PP sonhem, contra todas as probabilidades, com a vitória nas próximas eleições legislativas.

Há escassos oito meses, o PS teve 36,3% dos votos nas autárquicas, o que significa que os presidentes de câmara socialistas valem mais do que António José Seguro.

O líder do PS disse que o “actual Governo chegou ao fim”. Mas com este miserável resultado, o que deveria chegar ao fim era o seu consulado. Nas autárquicas, António Costa enfrentou a coligação PSD/CDS-PP em Lisboa. Obteve 50,9% dos votos. PSD e CDS-PP ficaram a mais de 28 pontos de distância. É só comparar.