A cada trimestre que passa, surgem mais notícias sobre a pouca saúde financeira da BlackBerry. Ao longo do ano que terminou a 1 de Março, a empresa registou 5900 milhões de dólares (4300 milhões de euros) de prejuízo, nove vezes mais do que em 2012. As receitas foram de 6800 milhões, uma queda de 38% face ao ano anterior.

Os números apenas do trimestre passado indicam que a empresa continua a tendência de queda. As receitas rondaram os 976 milhões de dólares, menos 18% do que no trimestre anterior e uma queda de 64% face ao mesmo trimestre de 2012. 

Nos últimos três meses, a empresa, cujos telemóveis praticamente desapareceram do mercado de consumo, vendeu 3,4 milhões de unidades, um valor residual no mercado de smartphones. Dos aparelhos vendidos, 68% estavam ainda equipados com o BlackBerry 7, um sistema mais antigo da marca, a que sucedeu o BlackBerry 10, lançado no início do ano passado. Este sistema foi concebido para telemóveis com ecrã sensível ao toque e que falhou em conquistar os consumidores, num falhanço que acabou por levar à saída do então presidente executivo, Thorsten Heins.

O novo presidente executivo, John Chen, pretende focar a empresa nos serviços, especialmente para clientes empresariais. No trimestre passado, 37% das receitas vieram da venda de equipamentos, 56% dos serviços e 7% da venda de software.

A mexida na equipa executiva e a nova estratégia surgiu depois de a BlackBerry não ter conseguido encontrar um comprador. O fundo canadiano Fairfax liderou um grupo de potenciais interessados, mas o negócio acabou por não se concretizar.

Após a apresentação de resultados, as acções da empresa caíam 1,66% no Nasdaq, para os 8,9 dólares.