CGD junta-se ao BCP e Totta e passa a cobrar comissões nas transferências online

Banco público vai cobrar 0,52 euros por transferências abaixo dos 100 mil euros.

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Bancos começam a cobrar serviços prestados pelos serviços online. Nelson Garrido

A CGD passou a cobrar comissões nas transferências online inferiores a 100 mil euros para outros bancos em Portugal, juntando-se ao BCP e ao Santander, que já cobravam por estas operações. De acordo com a Lusa, entre os cinco maiores bancos nacionais, apenas o BPI e o BES continuam a isentar os clientes deste encargo.

Este aumento das comissões acontece numa altura em que os bancos registam uma diminuição significativa nas suas contas de exploração, na sequência de menos concessão de crédito e de outras operações financeiras, a que acrescem ainda margens muito reduzidas no crédito à habitação, por causa das baixas taxas de juro.

Já nos últimos anos se tem verificado uma crescente comissionamento de serviços até agora gratuitos, designadamente nos serviços online, bem com o aumento de valores já anteriormente cobrados. Fonte do sector disse ao PÚBLICO que “os clientes não têm essa percepção, mas os canais remotos, ou serviços garantidos online, representam custos avultados para os bancos”.

A mesma fonte considera que não deve ser estabelecida uma relação entre este aumento e a proposta europeia de redução das taxas a pagar pelos comerciantes sempre que são feitos pagamentos com cartões de débito e de crédito.

quela proposta já foi aprovada pela Comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu e será objecto de votação final em Abril. Em reacção a esta iniciativa, a Associação Portuguesa de Banco (APB) e a federação europeia de bancos já vieram defender que a redução das taxas interbancárias será paga pelos consumidores.

De acordo com a Lusa, o banco público vai passar a cobrar 0,52 euros (0,50 euros de comissão e 0,02 euros de imposto do selo), quando o cliente fizer pela Internet uma transferência para uma conta de outro banco, operação até agora gratuita.

 preçário do banco público já indica a cobrança da comissão desde 1 de Janeiro. No entanto, apesar da entrada em vigor nessa data, só nos últimos dias a CGD começou de facto a cobrar estes valores aos clientes, independentemente do valor envolvido na transferência. "Entrou em vigor a 1 de Janeiro, mas a efectivação da cobrança começou a 19 de Fevereiro", disse à Lusa fonte oficial do banco do Estado.

A CGD junta-se, assim, ao BCP e ao Santander Totta na cobrança de comissões em transferências de montantes inferiores a 100 mil euros, mesmo nas operações nacionais feitas nas páginas dos bancos na internet [homebanking], sem intervenção de operador.

Segundo os preçários dos principais bancos a operar em Portugal, o BCP cobra um euro nas transferências interbancárias até mil euros, aumentando o encargo consoante o montante transferido, que atinge o máximo de 19,50 euros a partir de 100 mil euros. Já no Santander Totta são cobrados 1,25 euros em transferências inferiores a 100 mil euros, não especificando o banco no seu preçário comissões para valores superiores.

Por sua vez, o BES isenta de comissão todas as transferências independentemente do valor, desde que efectuadas pelo homebanking, enquanto o BPI não cobra comissão nas transferências feitas pela Internet até 100 mil euros, sendo que a partir desse valor aplica 15 euros. Já as transferências feitas através dos ATM estão isentas em todas as instituições financeiras.

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