O fim da justiça universal à espanhola

O tempo em que juízes espanhóis, como Baltazar Garzón, emitiam mandados de captura contra altos dignitários de outro qualquer país por crimes contra a Humanidade está à beira do fim. Não porque tenham acabado crimes ou ditadores, mas porque esse desejo quimérico de justiça universal, com muito de quixotesco e arbitrário, esbarra agora com obstáculos concretos: os negócios. Emitido de Espanha, um mandado de captura contra o antigo Presidente chinês Jiang Zemin teve a força de uma bomba. Espanha não quer ficar mal com a China, tal como Portugal não quis ficar mal com Angola quando acusações contra líderes angolanos agitaram a justiça portuguesa. Mas se no caso português as acusações vinham do interior de Angola, no caso da China foi a justiça de Espanha que tomou a iniciativa, a pretexto de crimes no Tibete, e isso apressou o fim da justiça universal à espanhola. Que vai mesmo acabar, para sossego de muita gente. 
 
 

Sugerir correcção
Comentar