Um grupo de alunos da Universidade de Glasgow, na Escócia, nomeou Edward Snowden para o cargo de rector, a figura que, nas academias britânicas, dirige o órgão que representa os alunos (não se trata de um reitor, esse é o chancellor).

Snowden é o ex-analista informático da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) cujas revelações têm permitido descobrir como os EUA espiam os países aliados e inimigos. Foi acusado por ciSe for eleito — a votação realiza-se a 17 e 18 de Fevereiro — não seria a primeira pessoa a revelar segredos de Estado a ocupar o lugar de presidente do conselho dos estudantes, nele já esteve Mordechai Vanunu, que divulgou os segredos sobre a capacidade nuclear israelita. Winnie Mandela também já foi rector da Universidade de Glasgow.

Ao nomearem Snowden os alunos explicaram que quiseram “mostrar gratidão” pela sua “coragem em denunciar” a espionagem americana. Fizeram-no também para dizer que não aceitam os métodos de vigilância da NSA.

Mas Snowden enfrenta concorrência. Os outros candidatos são o ciclista Graeme Obree, o escritor Alan Bissett e o clérigo escocês Kelvin Holdsworth. A universidade emitiu um comunicado em que diz que todos “são pessoas capazes e activas na vida pública”.

Se por acaso Edward Snowden for eleito, não se espera — nem os alunos que o nomearam — que apareça nas reuniões do conselho dos estudantes — vive na Rússia, com estatuto de refugiado, pois é procurado pelos Estados Unidos por crimes de Estado e se fosse julgado ali poderia ser condenado à pena de morte. Esta incapacidade do antigo analista informático da NSA não é relevante uma vez que Vanunu e Winnie Mandela também nunca participaram nas reuniões do conselho dos estudantes cujas nomeações, sempre feitas pelos alunos, são por tradição muitas vezes usadas para os alunos expressarem uma opinião sobre uma pessoa ou tema.