Bombeiros queixam-se de "falta de acessos" no interior do parque do Gerês

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Os dois incêndios deste Verão queimaram 3000 hectares de mato e floresta Enric Vives-Rubio

O comandante dos Bombeiros de Terras de Bouro, José Dias, criticou hoje a falta de acessos no interior do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que torna “completamente impossível” o combate aos incêndios em muitas zonas.

“Há uma crónica falta de acessos, há anos que venho alertando para esta situação. Diz-se, e bem, que o Parque é a jóia de Portugal, mas quando os bombeiros querem evitar que alguém [fogo] roube a jóia acabam por não poder fazer nada, porque não conseguem chegar aos ladrões”, afirmou.

Um incêndio deflagrou pelas 6h30 de hoje no PNPG, em Terras de Bouro, numa zona onde os bombeiros apenas conseguiram chegar transportados por helicóptero.

“Se for de noite e o helicóptero não puder operar, temos de deixar arder até que amanheça”, criticou José Dias.Lembrou que, no caso de incêndios como o de hoje, os carros dos bombeiros apenas conseguem chegar até à Portela do Homem.

“A partir daí, teríamos de andar a pé, com o material na mão, durante duas, três, quatro horas, até chegarmos ao local do incêndio”, disse ainda.

A Lusa tentou ouvir o director do PNPG, Rogério Rodrigues, mas ainda não foi possível.

Sobre este incêndio, o comandante distrital de Operações de Socorro de Braga, Hercílio Campos, afirmou que "só pode ter havido mão humana" na sua origem.

“O sol nocturno não pega incêndios”, disse à agência Lusa Hercílio Campos, sublinhando que não tem elementos para afirmar que se trate de fogo doloso.

“Pode ter sido fogo posto, mas pode também ter sido negligência. Do que não tenho dúvidas é que só pode ter havido mão humana na sua origem”, sublinhou.

 

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