Ex-Presidente do Paquistão acusado da morte de Benazir Bhutto
Pervez Musharraf vai responder em tribunal pela alegada participação no assassinato da antiga primeira-ministra paquistanesa, morta a 27 de Dezembro de 2007.
"Ele foi acusado de homicídio, conspiração para assassínio e de ter facilitado o assassinato" de Bhutto, declarou à agência AFP o procurador Chaudrhy Azhar, à saída de uma audiência realizada num tribunal antiterrorista.
Musharraf regressou ao país em Março, após quatro anos no exílio, durante o qual viveu no Dubai e em Londres. Pretendia participar nas eleições de Maio, mas a tentativa falhou.
Perante fortes medidas de segurança, que obrigaram ao corte da circulação automóvel nas imediações do tribunal, Musharraf abandonou por momentos a prisão domiciliária, para se apresentar com o advogado no tribunal, onde negou todas as acusações.
Bhutto foi assassinada a 27 de Dezembro de 2007, em Rawalpindi, num ataque armado levado a cabo após um acto eleitoral. Bhutto foi alvejada com uma arma, sucedendo-se depois um ataque suicida à bomba, apenas semanas depois de ter regressado ao país, depois de um período de exílio. Os talibans paquistaneses foram na altura responsabilizados pelo Governo de então, com o chefe taliban Baitullah Mehsud à cabeça. Este, por sua vez, negou sempre qualquer envolvimento no atentado. Acabou por ser morto a tiro, em Agosto de 2009, por um drone americano.
A decisão de levar a julgamento o ex-Presidente – que tomou o poder num golpe militar em Outubro de 1999 – está a ser encarada como um momento de viragem para uma nação com capacidade nuclear e que nas últimas décadas tem vivido sob influência e gestão dos militares.
Aliado norte-americano na luta contra os taliban no período pós-ataques de 11 de Setembro de 2001, Musharraf voltará ao tribunal a 27 de Agosto, data da próxima audiência.