A americana Dell apresentou lucros de 204 milhões de dólares (153 milhões de euros) durante o trimestre que terminou a 2 de Agosto, uma queda de 72% face ao mesmo período de 2012 e um aumento de 56% em termos sequenciais.

As receitas, de 11.300 milhões de dólares (8400 milhões de euros), caíram só 1% em relação ao ano passado, mas a Dell teve de cortar os preços dos computadores para manter o volume de vendas, o que significou margens mais reduzidas.

A empresa é, de acordo com a analista IDC, a terceira maior fabricante de computadores no mundo, com uma quota de mercado no segundo trimestre deste ano de 12,2%. Sem excepção, todos os grandes fabricantes de PC viram o volume de vendas cair naquele período, durante o qual o mercado encolheu 11,4%.

Com o mercado dos PC em queda, o fundador e director executivo, Michael Dell, tem um plano para comprar as acções dispersas e retirar a multinacional da bolsa, tendo assim uma oportunidade para reestruturar o negócio longe do escrutínio que implica ser uma empresa cotada. O plano passa por apostar mais nos serviços para empresas, área onde operam gigantes como a IBM e a HP. No entanto, o veterano investidor Carl Icahn, que recentemente aumentou a sua posição na Dell para 9%, tem-se oposto à manobra, considerando demasiado baixo o preço proposto por Michael Dell para a compra das acções.

Actualmente, a atenção e o dinheiro dos consumidores estão mais voltados para smartphones e tablets, o que levou a que muitos fabricantes de computadores começassem a produzir estes dispositivos. A Dell fabrica alguns, mas são sectores onde tem pouca presença, ao passo que concorrentes no mercado dos PC como a Samsung, a Asus, a Acer e a Lenovo têm uma presença forte em pelo menos um daqueles sectores. A chinesa Lenovo, por exemplo, que disputa o primeiro lugar na venda de computadores com a americana HP, é também a quarta maior fabricante de tablets e de smartphones, segundo a IDC.