Riberalves rejeita decisão europeia de autorizar fosfatos no bacalhau

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A Riberalves, empresa líder no sector do bacalhau, anunciou esta segunda-feira que discorda da decisão da Comissão Europeia em aprovar a utilização de fosfatos naquele peixe e garantiu que vai manter a aposta no seu fornecimento sem aqueles químicos.

Bruxelas votou a favor de uma proposta que permite a adição de químicos no processo de cura do bacalhau.

“Este procedimento, embora não constitua uma ameaça à saúde pública, é uma ameaça à salga tradicional, feita com os padrões de qualidade e de exigência a que os portugueses se habituaram ao longo da história e que constitui uma marca cultural no nosso país”, refere a Riberalves, num comunicado.

“Portugal é o maior consumidor de bacalhau no mundo, com uma média de sete quilos ‘per capita’, num total de 70 mil toneladas por ano”, aponta.

A empresa garante que “vai continuar a defender esse processo, nomeadamente na produção de bacalhau demolhado ultracongelado, produto com uma procura crescente”.

Assim, “não deixaremos de continuar a apostar no bacalhau sem fosfatos, com o objectivo de defender a qualidade e o sabor tradicional do bacalhau, a que os portugueses se habituaram ao longo dos séculos”, refere Ricardo Alves, administrador da Riberalves.

“Sempre o fizemos, mesmo quando inovámos e nos tornámos referências mundiais na venda do bacalhau demolhado ultracongelado, pronto a consumir. Vamos tentar manter esse caminho”, acrescentou.

No início de Julho, o Governo disse que a proposta aprovada a nível europeu sobre a introdução de polifosfatos no bacalhau prevê excepções para Portugal e contempla o fornecimento de peixe sem aqueles químicos.

Em comunicado, o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar, Nuno Vieira e Brito, explicou que o documento votado pelo Comité Permanente para a Cadeia Alimentar e de Saúde Animal da União Europeia, que contou com o voto favorável de Portugal, “inclui medidas específicas para Portugal”.

“Nessas medidas está contemplado o fornecimento à indústria portuguesa de bacalhau sem polifosfatos, a possibilidade de confirmação da presença da mesma, o compromisso da Comissão [Europeia] de durante três anos acompanhar esta questão e, por último, a informação ao consumidor através da rotulagem”, referiu o secretário de Estado, no início do mês.

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