Schaüble lamenta demissão, mas elogia o “bravo lutador” Vítor Gaspar

Ministro alemão das Finanças felicita escolha de Maria Luís Albuquerque por esta ser “um dos seus mais próximos aliados”.

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Vítor Gaspar com Wolfgang Schaüble em Berlim, a 23 de Maio Thomas Peter/Reuters

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaüble, lamentou, em declarações enviadas à Lusa, o pedido de demissão do seu “colega e amigo” Vítor Gaspar, considerando que este foi decisivo para colocar Portugal no caminho da recuperação económica.

“Lamento a decisão do meu colega e amigo Vítor Gaspar. Ele e a sua equipa foram decisivos para recolocar Portugal o caminho certo da recuperação económica. Eles garantiram que os investidores recuperassem a confiança em Portugal”, diz o líder da pasta das Finanças da maior economia europeia. “Vou sentir falta de um parceiro de confiança e um bravo lutador pela causa do seu país”, adianta ainda o governante alemão.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, apresentou nesta segunda-feira o pedido de demissão e vai ser substituído pela sua secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, que toma posse na terça-feira, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Schaüble elogiou ainda a escolha de Maria Luís Albuquerque, até agora secretária de Estado do Tesouro, para o cargo deixado vago por ministro das Finanças.

“É no entanto bom ver que um dos seus mais próximos aliados irá suceder-lhe. Maria Luís Albuquerque tem sido um agente chave para Portugal e na implementação do programa português e assim na reconstrução da economia portuguesa. É reconfortante saber que Portugal vai manter o caminho e que Maria Luís Albuquerque irá continuar o bom trabalho feito até agora. Congratulo-a, desejo-lhe o melhor”, diz o governante alemão, esperando falar com ela já na próxima reunião do Eurogrupo que acontece em Bruxelas na próxima semana.

Também o Fundo Monetário Internacional (FMI) não está espera que a substituição de Gaspar conduza a mudanças no rumo seguido por Portugal. Fonte oficial do Fundo Monetário Internacional, um dos elementos que compõe a troika de credores internacionais, disse ao PÚBLICO que acredita que “o compromisso das autoridades portuguesas com os objectivos do programa se mantém inalterado”. “Esperamos poder continuar a nossa colaboração próxima com o Governo”, afirma.
 
 

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