Empresários da construção atribuem crise do sector à “seca” de investimento público

Sector está perante "a maior quebra de sempre na produção", com 21 trimestres consecutivos de contracção no investimento.

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PÚBLICO

Em Abril, a produção do sector da construção caiu 21,5%, face a mesmo mês de 2012, com a engenharia civil a cair 22,6%, diz a Associação de Empresas de Construção e Obras Pública e Serviços (AECOPS), que justifica a queda com a “seca” de investimentos públicos.

“Se tivermos de estabelecer alguma ligação entre as condições climáticas e a produção do sector, temos antes de dizer que a situação desastrosa identificada na última estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais e na análise mensal dos Índices de Produção, Emprego e Remunerações na Construção se deve, isso sim, ao ‘fenómeno meteorológico’ de ‘grande seca’ que tem vindo a caracterizar o investimento público em Construção e que condiciona inquestionavelmente a procura”, diz o presidente da AECOPS, Ricardo Pedrosa Gomes.

As declarações de Ricardo Pedrosa Gomes surgem no seguimento das afirmações proferidas por Vítor Gaspar durante o debate do Orçamento Rectificativo, segundo as quais “o investimento no primeiro trimestre deste ano foi adversamente afectado pelas condições meteorológicas dos primeiros três meses do ano que prejudicaram a actividade da construção”.

Em comunicado, a associação “recorda e insiste” que o sector está  “perante a maior quebra de sempre na produção no sector da Construção, reflexo não de um, mas de 21 trimestres consecutivos de contracção do investimento na actividade, designadamente no segmento da Engenharia Civil, e que, “mais do que o mau tempo, esta redução é, isso, sim, o resultado da total ausência de obras”.

Subscrevendo a posição assumida sobre este assunto pela CPCI-Confederação Portuguesa da Construção do Imobiliário, entidade na qual assegura o cargo de vice-presidente, o responsável da AECOPS reitera que, “contrariamente ao afirmado, o que está em causa não são questões climatéricas do último trimestre, mas sim opções políticas e económicas de sucessivos governos, que têm penalizado o País e o sector da construção e do imobiliário”.

Acrescenta ainda  que “está nas mãos do Executivo retirar o Sector e a economia nacional do marasmo em que se encontram, designadamente, invertendo a estratégia de redução do investimento a que tem dado prioridade em todas as decisões que toma”.
 
 

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