Europa terá de criar 6 milhões de empregos para voltar aos níveis anteriores à crise

OIT alerta que em 2015 o desemprego deverá atingir 208 milhões de pessoas em todo o mundo.

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O sector da construção poderá perder 140 mil postos de trabalho até ao final do ano Enric Vives-Rubio

Para conseguir voltar aos níveis de emprego anteriores à crise, a União Europeia terá de criar seis milhões de postos de trabalho. Um desafio difícil, perante as perspectivas que se desenham no horizonte: o desemprego continuará a aumentar um pouco por todo o mundo e verifica-se um agravamento das condições de trabalho.

O alerta é deixado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no relatório Repairing the Economic and Social Fabric (Recuperar o tecido económico e social), divulgado nesta segunda-feira.

O principal desafio nas economias desenvolvidas é combinar o estímulo à criação de emprego com a necessidade de corrigir os desafios orçamentais. “É necessário um melhor equilíbrio entre o emprego e os outros objectivos macroeconómicos para se alcançar uma recuperação duradoura e inclusiva”, refere a OIT.

É preciso, destaca o relatório, “garantir um ritmo adequado das medidas de consolidação orçamental” e, ao mesmo tempo, dar “mais atenção ao impacto das políticas macroeconómicas no emprego e ao nível social”.

A OIT lembra que, cinco anos após o início da crise financeira global, a situação do emprego no mundo continua muito desigual, “com as economias emergentes a recuperar mais depressa do que as economias desenvolvidas”. E os sinais de recuperação continuam a ter pouca tradução nas tendências globais.

Em 2015, o desemprego deverá atingir 208 milhões de pessoas em todo o mundo, mais oito milhões do que actualmente.

Nos últimos cinco anos, destaca o relatório, o desemprego de longa duração aumentou na maioria dos países desenvolvidos e muitos desempregados desistiram de procurar emprego, passando para a inactividade.

A OIT destaca ainda que o tecido social continua a ser afectado “pela manutenção e crescimento” das desigualdades salariais nas economias emergentes e pelo seu alargamento nas economias desenvolvidas.

No relatório ressaltam ainda as desigualdades, transversais à maioria dos 130 países analisados, de acesso ao mundo do trabalho por parte dos jovens e das mulheres.

“Praticamente em todo o mundo os jovens e as mulheres têm dificuldades em encontrar empregos que correspondam às suas competências e aspirações”, destaca o documento, acrescentando esse é “um dos maiores desafios” à escala global nos próximos anos.

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