Jornalistas da rádio dizem-se prejudicados na reestruturação da RTP

Redacção reuniu em plenário e entregou à direcção de informação e à administração da empresa um documento em que critica a forma como estão a ser feitas as sinergias com a televisão.

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A RTP está a executar um plano de controlo de custos Pedro Cunha

Nesta quarta-feira à tarde, os jornalistas estiveram reunidos em plenário e emitiram no final um comunicado, entregue à direcção de informação da rádio e à administração da RTP, no qual afirmam que “a decisão de enviar apenas um repórter – por norma da televisão – para fazer a cobertura jornalística em simultâneo para os dois meios mostrou-se prejudicial para a rádio em diversas ocasiões”.

Os profissionais criticam ainda o facto de já ter sido proposto a elementos da rádio que executassem trabalhos também para a televisão, sem terem as competências e o treino adequados. “Os jornalistas da rádio não estão disponíveis para aceitar tarefas para as quais não tenham formação”, afirmam, exigindo uma “formação adequada, rigorosa e completa de televisão” para não serem sujeitos a situações que classificam de “amadorismo”.

O plenário de jornalistas questionou também o plano de mudanças físicas dentro do espaço da redacção de Lisboa, que fará com que algumas secções editoriais da rádio partilhem o mesmo espaço com as secções da televisão nas áreas editoriais correspondentes, fazendo com que a redacção da rádio fique “dispersa por três áreas diferentes do edifício”. A experiência de aproximação das redacções dos dois meios que já está a ser levada a cabo no Porto “tem-se mostrado inútil”, argumentam.

Sob a administração de Alberto da Ponte, a RTP está a executar um plano de redução de despesa, que passa por medidas como rescisões amigáveis e sinergias entre os dois meios. 

“Nesta lógica de controlo de custos, por orientação da administração da RTP, os jornalistas da rádio e da televisão têm vindo a partilhar transporte para os locais de reportagem”, refere ainda o documento. “Por mais do que uma ocasião, devido às características específicas dos dois meios, o trabalho da rádio tem sido comprometido. Considerando que os meios de transporte pertencem a toda a empresa, os jornalistas da rádio não são ‘penduras’ da televisão”.

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