Empresário do Luxemburgo apresenta queixa contra irmãs de Ronaldo por falsificação de roupa

Gerente da loja em regime de franchising da marca CR7 avança para tribunal e acusa familiares do jogador de futebol de incumprimentos no contrato e prejuízos de um milhão de euros.

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Irmãs de Cristiano Ronaldo gerem marca CR7 Pedro Armestre/AFP

O gerente da loja franchising da marca CR7 no Luxemburgo avançou para tribunal com uma queixa contra as irmãs do jogador Cristiano Ronaldo por falsificação de roupa e incumprimentos no contrato, que diz terem causado prejuízos de um milhão de euros.

 

A loja, que abriu há cinco meses em Esch-sur-Alzette, no Luxemburgo, nasceu da paixão que Albano Maris tem pelo futebol e da admiração que tinha pelo jogador da Selecção Nacional e do Real Madrid. Além disso, também tinha “um potencial enorme” devido à grande comunidade portuguesa que reside naquele país, disse à agência Lusa.

“Era um projecto interessantíssimo, porque a comunidade portuguesa, e não só, adora o Cristiano Ronaldo, e havia todo um potencial para se fazer qualquer coisa de engraçado, mas nada disso funciona se não houver muita colaboração por parte da marca”, disse.

A marca, gerida pelas irmãs Elma e Kátia Aveiro, punha à disposição as colecções Primavera/Verão e Outono/Inverno e a loja pretendia uma colecção sobretudo baseada em artigos de criança, porque “os miúdos dos quatro aos 12 anos são os maiores admiradores do jogador”. “Tudo isso falhou. Não houve colaboração, as colecções que foram prometidas vieram com muito atraso e impingiram-me todos os artigos que tinham supostamente na loja em Lisboa que fechou”, lamentou.

Albano Maris contou que recebeu “com muito atraso e sem catálogos” a “suposta colecção Outono/Inverno"  e que ficou “completamente desiludido” quando viu as roupas. “Quando abri a primeira caixa, tinha um cheiro característico e fiquei logo desiludido. Quando abri as caixas seguintes, comecei a verificar que era roupa de muito baixa qualidade, a maior parte proveniente da China, com a agravante de que havia produtos em que a etiqueta da marca CR7 estava colocada em cima de outras marcas que estavam visíveis”, contou.

O gerente explicou que foi “obrigado a pagar de avanço” a colecção e que “nem teve hipótese de escolher”, porque não teve acesso a um catálogo, nem a uma lista de preços. Elas não estavam organizadas, nem estruturadas para me fazer assinar um contrato desse tipo, porque se é uma marca tem de me fornecer mercadoria. Eu não posso vender, mas tenho de obedecer às obrigações contratuais que existem”, criticou.

Albano Maris disse que contactou um advogado, enviou “uma carta para a direcção [morada] que existe no contrato de franchising, mas a carta foi devolvida. Essa direcção não existe”.

“Cada vez que fazia uma reclamação por escrito ou por telefone não havia sequência nenhuma, depois havia uma descentralização enorme a nível de organização e comunicação. Uma vez era a prima da Madeira, outra vez era a prima do Algarve, entre outros contactos”, acrescentou.

O grupo de empresários desta loja apresentou uma queixa na polícia luxemburguesa, avançou com um processo judicial naquele país e diz que vai apresentar com uma queixa em Portugal.

“Neste momento nem pensei em penalizações (...), queria apenas que eles compensassem minimamente os prejuízos que tivemos”, frisou.

Os prejuízos não são apenas do investimento que foi feito na roupa: “Nós temos um contrato com uma loja que não está localizada no melhor sítio, mas como era a marca do CR7 as pessoas deslocavam-se. Se fosse outra marca qualquer, nunca abria esta loja aqui, porque não é o sítio ideal.”

A Lusa tentou contactar a advogada dos representantes da marca e Elma Aveiro (uma das irmãs de Cristiano Ronaldo), mas não foi possível obter qualquer declaração até ao momento.
 

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