Governo está a cortar mil camas nos hospitais do SNS

Compromisso é assumido na sexta revisão do memorando de entendimento com a troika, divulgada nesta sexta-feira.

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Portugal está abaixo da média da OCDE no número de camas por habitantes Fernando Veludo

A eliminação de mil camas no Serviço Nacional de Saúde é uma das medidas que constam da sexta revisão do memorando de entendimento assinado com a troika e que esta sexta-feira foi divulgada.

As autoridades portuguesas confirmaram o seu compromisso de reorganizar a rede hospitalar, estando em curso várias fusões e fechos de hospitais e departamentos desde 2011 com o objectivo de eliminar mil camas, lê-se no documento. Mas a parte da reforma hospitalar que visa “maiores poupanças” só vai concretizar-se entre 2013 e 2014, acrescenta-se no documento agora divulgado.

Este mês, o Governo anunciou já que ia reduzir o número de camas hospitalares para diminuir os custos em saúde, o que levou a Ordem dos Médicos (OM) a reagir de forma muito crítica, defendendo que não há mais espaço para diminuir camas nos hospitais.

Citando um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 2011, a OM lembrou então que Portugal tem apenas 3,3 camas por mil habitantes, contra uma média de 4,9 na OCDE e 8,2 na Alemanha. A OM recordou ainda que, segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal são 4,5 camas por mil habitantes.

"Não há espaço por onde reduzir mais camas sem prejudicar potencialmente os doentes. A Ordem dos Médicos recorda que ainda há doentes internados em macas em muitos hospitais portugueses", afirmou então, em comunicado.

 
 
 
 
 
 

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