CNB mostra Clara Andermatt em 2013 ao som dos musicais americanos

No próximo ano a programação da Companhia Nacional de Bailado (CNB) juntará, no Teatro Camões, o cinema de Edgar Pêra a olhar para O Lago dos Cines, os musicais dos anos 40 e 50 pelo olhar de Clara Andermatt e celebrará os 100 anos da Sagração da Primavera.

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Clara ANdermatt em "So Solo" (2009) Enric Vives-Rubio

A programação para 2013 foi apresentada e inclui as presenças da Companhia de Dança Contemporânea de Angola e a Compañia Nacional de Danza no Teatro Camões, sede da companhia, em Lisboa. No programa, a directora artística, Luísa Taveira, escreve que o desejo da CNB "é o de estar ainda mais presente na vida cultural portuguesa, através de um amplo repertório que inclui tanto as obras intemporais do passado como as da criação contemporânea”.

Continuando o que a CNB designa como “um permanente e rigoroso exercício de qualidade”, o convite a coreógrafos portugueses contemporâneos para trabalharem com a companhia – e as últimas temporadas foram intensas com coreografias de Paulo Ribeiro, André e. Teodósio/Rui Lopes Graça, Olga Roriz e um projecto colectivo que juntou nove coreógrafos –  foi feito a Clara Andermatt. A coreógrafa estreia a 26 de Abril Dance, Bailarina, Dance, onde “as rotinas de dança e os temas musicais que se constituíam como parte substancial da narrativa dos filmes musicais dos anos 40 e 50 são os pontos de partida”. A nova coreografia, em cena até 5 de Maio, entende-se “não como uma homenagem ao entertainment mas como matéria-prima para uma reflexão sobre o lugar da alegria nas nossas vidas.”

A CNB vai ainda repor, em Outubro, o programa que criou em colaboração com a coreógrafa belga Anne Tresa de Keersmaeker, no âmbito da bienal Artista na Cidade, que seguirá depois em digressão nacional, e continuar o trabalho com os bailarinos, a quem convidou para apresentarem novas coreografias no âmbito do programa Gesto Contínuo.

O ano inclui dois clássicos. Em Fevereiro a CNB apresenta O Lago dos Cisnes, mas a versão de Marius Petita e Lev Ivanov será reconstruída pelo bailarino Fernando Duarte, que contará com figurinos de José António Tenente e filme de Edgar Pêra. E no fim do ano a companhia remontará Cinderela, a partir da versão de Michael Corder.

E porque 2013 é ano de centenário de A Sagração da Primavera, a CNB volta a apresentar a coreografia que Olga Roriz remontou para a companhia este ano, com interpretação musical da Orquestra Sinfónica Portuguesa. O programa inclui o filme La Valse, de João Botelho, com coreografia de Paulo Ribeiro. É este espectáculo que, em Junho, fará digressão no Brasil e, em Setembro, se apresenta no Teatro Zarzuela, em Madrid, que actualmente é dirigido por Paolo Pinamonti, ex-director do Teatro São Carlos.

O ano no Teatro Camões abre a 18 e 19 Janeiro com o acolhimento da Companhia de Dança Contemporânea de Angola e a nova coreografia Paisagens Propícias, a partir do universo literário de Ruy Duarte de Carvalho. O trabalho, que se segue a Gold, da Companhia de Dança de Moçambique apresentado em 2011 também no Teatro Camões, conta com música de João Lucas. Seguem-se acolhimentos do Quorum Ballet, com três coreografias em Junho, a nova peça de Miguel Moreira e Romeu Runa, Princesas, em Julho, que se segue a The Old King e, a fechar o ano, Terceira Idade – uma comédia de guerra, pelo Teatro Praga.

O resto do programa inclui um concerto dos Divino Sospiro, a presença das escolas de dança nacionais e um dia dedicado ao sapateado (15 de Junho).

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