Álvaro Santos Pereira: “Europa precisa de mudar de rumo”

O governo iniciou nesta quarta-feira uma série de reuniões com sectores industriais.

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O ministro disse que a estratégia de fomento industrial é “estruturante para todos Daniel Rocha

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, disse nesta quarta-feira que a “Europa precisa de mudar de rumo”, referindo-se à indústria e à crise que atravessa. Santos Pereira defendeu que a Europa deve desenvolver a sua indústria, processo para o qual “Portugal vai dar o seu contributo”.

Numa conferência de imprensa que serviu de antevisão à reunião entre Álvaro Santos Pereira e agentes do sector da mobilidade, nomeadamente das indústrias automóvel e aeronáutica, o ministro da Economia voltou a reiterar a importância da reindustrialização em Portugal e na Europa. Para Santos Pereira, “Portugal precisa da solidariedade da Europa e a Europa precisa da solidariedade de Portugal”, numa clara alusão ao esforço que defende para a recuperação económica do “velho continente”. “É bastante óbvio que Portugal e a Europa precisam de adoptar novas politicas para a sua indústria”, afirmou.

“O Governo vai a partir de hoje ouvir os protagonistas da indústria portuguesa e, ao longo das próximas semanas, aplicar muito do seu esforço neste assunto”, disse Santos Pereira, referindo-se à jornada que nesta quarta-feira teve início entre o Governo e os diversos sectores industriais. O ministro disse que a estratégia de fomento industrial é “estruturante para todos”, pois o país precisa de uma “estratégia que seja inclusiva, que construa a base da indústria”.

Adicionalmente, defendeu que é necessário “recuperar a indústria que Portugal perdeu nos últimos 30 anos”, contrariando a corrente de importação a preços baixos aplicada há muitos anos, que levou a uma destruição de parte da oferta empresarial portuguesa.

Santos Pereira afirmou que, com a estratégia de fomento industrial, o Governo irá apostar nas exportações, através da internacionalização da indústria. As Pequenas e Médias Empresas, defende, “têm de se tornar mais competitivas e ter um acesso ao financiamento mais facilitado”, pelo que o Governo irá ter “uma reunião com os bancos para falar do fomento industrial”.

Quando questionado sobre a resistência que o Governo tem sentido em relação às reformas que tem aplicado, Santos Pereira afirma que “ficaria extremamente surpreendido” se as mesmas fossem recebidas sem protestos. “Há sempre interesses instalados. É natural que reajam”, afirma.

Por fim, o ministro da Economia disse que “o Governo não deve ter receitas mágicas para o crescimento económico”. Numa clara alusão à liderança de José Sócrates, Santos Pereira defendeu que o erro dos governos anteriores foi iludir as populações com “receitas mágicas”, como “(computadores) Magalhães, programa Novas Oportunidades e energias renováveis”.

 

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