Adesão de 100% na STCP, mas houve motoristas que queriam trabalhar
Nenhum autocarro da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) está circular nas ruas da cidade, mas, se não fossem os piquetes de greve, alguns motoristas estariam nesta altura a trabalhar normalmente.
Um grupo de trabalhadores contratados a prazo e outros recrutados para assegurarem serviços mínimos definidos pela empresa preparava-se para sair das estações de recolha de Francos e da Via Norte, mas os piquetes de greve conseguiram convencê-los a aderirem também à paralisação. Agentes da PSP assistiram ao evoluir da situação e tudo decorreu sem incidentes, segundo adiantou ao PÚBLICO Jorge Costa, dirigente do Sindicato Nacional dos Motoristas.
O sindicalista nega que os motoristas que se preparavam para trabalhar tenham sido impedidos de o fazer, conforme alega a empresa, e diz que os colegas, que chegaram a ligar os motores dos autocarros, acabaram por desistir de trabalhar, solidarizando-se com a greve.
A STCP refere que houve motoristas da empresa impedidos de sair hoje de manhã das estações de recolha “por pessoas estranhas à empresa”. E, numa nota à Lusa, a empresa refere que “não se verificou a saída de qualquer viatura”.
Em dia de trabalho normal, as primeiras viaturas deveriam começar a circular por volta das 5h, mas como a adesão acabou por ser total, os cerca de 450 autocarros que àquela hora estariam nas ruas encontram-se recolhidos nas estações de Francos e da Via Norte.
Vários agentes da PSP e algumas carrinhas encontram-se junto às instalações de recolha da STCP, onde estão também muitos trabalhadores, dirigentes e delegados sindicais. Ao longo da manhã passaram por aquelas instalações a deputada e agora coordenadora do BE Catarina Martins, a eurodeputada do PCP Ilda Figueiredo e o deputado comunista Jorge Machado.
Segundo o dirigente do Sindicato Nacional dos Motoristas, Jorge Costa, a polícia foi a primeira a chegar. “Quando chegámos [à estação de recolha da Via Norte], por volta das 4h30, a polícia já se encontrava aqui, mas está tudo a decorrer com tranquilidade”, assegurou.
Jorge Costa congratula-se com a adesão que a greve regista no que diz respeito aos motoristas e afirma que é preciso recuar há 25, 30 anos para se encontrar uma paralisação com tanta expressão.
A nível da STCP, apenas os motoristas estão a cumprir uma greve a 100%, embora haja outros sectores (oficinas e administrativos) onde a adesão é também elevada.