Almodóvar e Vargas Llosa pedem federalismo em vez de independência na Catalunha

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Em Setembro, 1,5 milhões marcharam pela independência em Barcelona Lluis Gene/AFP

Escritores, advogados, políticos de todas as áreas, economistas, cineastas e académicos assinaram um manifesto pelo federalismo e contra o independentismo defendido pelo governo regional da Catalunha liderado por Artur Mas.

Entre as centenas de assinaturas do texto divulgado este domingo pelo diário El País estão a do realizador Pedro Almodóvar e a do escritor Mario Vargas Llosa.

“Várias centenas de intelectuais e de profissionais assinaram na Catalunha um apelo a favor da esquerda e do federalismo, em resposta ao secessionismo crescentemente estimulado” pelo governo catalão e por “outras forças políticas próximas do nacionalismo”, começa o texto.

Os signatários consideram que “os independentistas convertem a sua ideia particular de Espanha em bode expiatório responsável por todos os problemas”, como as grandes dificuldades criadas pela crise económica.

O sentimento independentista tem crescido entre os catalães nos últimos anos, mas foi a crise e a ideia promovida pelos líderes regionais de que a região dá mais do que recebe a Espanha que ajudou a alimentar a recente insatisfação com Madrid. Artur Mas convocou as eleições antecipadas do próximo dia 24 depois de confirmar que o Governo de Mariano Rajoy se recusava a discutir o seu pacto fiscal, através do qual os catalães passariam a gerir os seus próprios impostos – os líderes da Catalunha sustentam que o Estado fica a dever todos os anos à região 16,5 mil milhões de euros.

Segundo os signatários do manifesto, “nem a Catalunha está submetida a um espólio por parte de Espanha nem o comum dos espanhóis alberga sentimentos de menosprezo” em relação à região, asseguram. O texto pede em seguida a todas as forças democráticas para procurarem um melhor enquadramento institucional para a Catalunha, um financiamento mais justo e uma federalização das actuais autonomias.

Apesar de tudo, os signatários dizem que se o sentimento nacional catalão tiver o apoio da maioria, “a convicção democrática obrigaria o resto dos espanhóis a tê-lo em consideração para encontrar uma solução apropriada e respeitadora”.

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