Governo prevê recessão de 1% em 2013

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Nuno Ferreira Santos

Na sequência das novas medidas de austeridade, o Governo reviu esta terça-feira em baixa as previsões económicas para o próximo ano: em vez de crescer, a economia vai continuar em recessão e contrair 1%.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou hoje novas previsões para a actividade económica, na conferência de imprensa onde está a apresentar os resultados da quinta avaliação da troika ao programa de ajustamento.

Depois de anunciar uma flexibilização das metas do défice, que dará a Portugal mais um ano para cumprir com os limites da troika, Vítor Gaspar admitiu que a economia continuará em recessão no próximo ano, devido ao impacto das novas medidas de austeridade que serão tomadas, nomeadamente o aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, que irão retirar um salário por ano ao sector privado e outro à função pública.

Se, até aqui, o Governo e a troika projectavam que a economia já estaria a crescer no próximo ano (0,2%), as previsões são agora de que a contracção da actividade económica vai continuar, a uma taxa anual de 1%. Segundo Vítor Gaspar, esta revisão resulta de “factores internos e externos”, salientando que a previsão para o crescimento das exportações manteve-se praticamente inalterada, partindo de “hipóteses conservadoras para evolução da quota de mercado” das empresas portuguesas.

Além disso, salientou que se mantém a perspectiva de que a recuperação económica começará já em 2013, dizendo que a economia iniciará a retoma logo no segundo trimestre de 2013.

No entanto, o Governo manteve inalterada a sua previsão para a taxa de desemprego, que deverá atingir os 16% no próximo ano. O ministro das Finanças esclareceu que o desemprego não será maior uma vez que “os efeitos da deterioração da actividade económica serão contidos pelos efeitos positivos da desvalorização fiscal prevista”.

Para este ano, Vítor Gaspar disse que as previsões se mantêm inalteradas. Ou seja, uma contracção do PIB de 3%, com a taxa de desemprego a atingir os 15,5%.

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