Governo de Espanha vai vigiar salários e margens nas grandes empresas

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Guindos diz que devem reduzir as remunerações dos conselhos de administração das empresas do Ibex35 Foto: Susana Vera/ Reuters (arquivo)

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou nesta segunda-feira que o Governo vai “vigiar de forma muito estreita todas as situações de excesso” nas grandes empresas, tanto a nível de salários dos principais executivos, como das margens de lucro.

Entrevistado pela rádio Onda Cero, De Guindos referiu-se especialmente a sectores como o dos combustíveis, explicando que o Governo está preocupado pelo facto de Espanha ter dos combustíveis mais caros da Europa, quando excluídos os impostos aplicados.

“Em Espanha preocupa-nos que haja uma situação na qual as margens e os preços [dos combustíveis] sejam dos mais elevados da Europa”, disse De Guindos.

Já na semana passada, o ministro da Indústria, José Manuel Soria, disse que o Governo espanhol vai solicitar uma investigação para determinar o que está a causar o aumento dos preços dos combustíveis em Espanha.

Em entrevista à TeleMadrid, Soria anunciou que solicitará à Comissão de Concorrência e à Comissão de Energia que estudem porque é que, apesar da menor pressão fiscal em Espanha, o preço antes de impostos ser maior do que a média europeia.

Quer também saber, explicou, porque é que se o petróleo sobe o aumento dos combustíveis é vertiginoso, mas se o preço cai a descida da gasolina é muito lenta.

Remunerações de topo do Ibex 35 devem baixar

Na entrevista, o ministro da Economia considerou que se devem reduzir as remunerações dos conselhos de administração e dos altos executivos das empresas do Ibex35, especialmente quando muitos espanhóis vêm os seus rendimentos afectados devido às medidas do Governo.

Por isso, disse, em “momentos de aumentos de impostos e cortes de apoios”, o executivo deve “extremar a vigilância de margens, salários e pensões nas grandes empresas”.

“Consideramos que, quando se estão a pedir esforços ao espanhol médio, os que estão numa situação mais privilegiada têm que dar mais exemplo”, disse.

“O Governo está absolutamente consciente de que a solidariedade é imprescindível e a solidariedade começa fundamentalmente pelos que mais têm”, considerou.

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