Sp. Braga chegou, poupou e venceu: venha a Champions

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José Peseiro, aqui no Estádio da Luz Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP

Missão cumprida. Este será, certamente, o pensamento de José Peseiro, que não só somou a primeira vitória na Liga pelo Sp. Braga (3-1 sobre o Beira-Mar), como poupou sete jogadores para a segunda mão do play-off da Liga dos Campeões.

O Sp. Braga surgiu também com uma alteração táctica. O treinador bracarense apostou num meio-campo em losango, com Custódio, Hélder Barbosa, Rúben Amorim e Rúben Micael. Como tinha previsto Peseiro, seria expectável que surgissem “problemas” e foi isso que aconteceu. O Sp. Braga teve muitas dificuldades em desmontar a teia idealizada por Ulisses Morais, e só quando Micael baixava no terreno e se aproximava de Custódio, é que o jogo dos minhotos fluía e ganhava outra dimensão.

A primeira parte teve quase sempre sentido único. Ainda que sem causar grande perigo, e a registar pouca fluidez no seu jogo, a equipa da casa teve a posse de bola na maior parte do tempo. O Beira-Mar respondia esporadicamente e sempre pelo lado esquerdo. Algo a que não é alheio o facto de Joãozinho jogar por esse corredor. O lateral-esquerdo, que chegou do Mafra no ano passado, mostrou-se muito competente na hora de desequilibrar na linha e fazer cruzamentos para o interior da área.

A falta de qualidade e dinâmica da troca de bola do Sp. Braga deveu-se a dois factores: à distância entre Custódio e os outros médios e à pouca interacção com os laterais Baiano e Elderson, que num losango deveriam ganhar outra influência. O avançado Carlão sentiu algumas dificuldades em encaixar neste modelo, visto que é um jogador mais posicional. Já Lima esteve muito apagado.

Rúben Micael, esse, foi o homem do jogo. O médio emprestado pelo Atlético de Madrid não só fez jogar a equipa como marcou dois golos em seis minutos (um remate de fora da área que tabelou num defesa e um disparo perto da pequena área, após um compasso de espera de Carlão).

Ao intervalo, Ulisses Morais trocou Serginho por Jaime e conferiu outra coesão ao meio-campo. Essa alteração complicou a vida dos minhotos e levou Peseiro a mexer: o treinador ordenou um regresso ao 4-2-3-1, disposição táctica na qual os seus jogadores estão mais confortáveis.

A segunda parte foi mais disputada e equilibrada, ainda que com uma dose de consentimento do Sp. Braga, que controlou o jogo no seu meio-campo, muitas vezes sem bola. Perto do fim, Rúben Amorim fez o 3-0, ao concluir de primeira um cruzamento longo de Nuno André Coelho, e, já depois da hora, Nildo, o jogador mais inconformado do Beira-Mar, reduziu para 3-1, com um grande remate.

Os minhotos partem amanhã para Itália, onde vão jogar o acesso à fase de grupos da Champions, frente à Udinese (1-1 na primeira mão).

Ficha de jogoSp. Braga, 3
Beira-Mar, 1

Estádio Axa, em Braga. Espectadores 11.327

Sp. Braga

Quim, Baiano, Nuno André Coelho, Paulo Vinicius, Elderson, Custódio, Rúben Amorim, Rúben Micael, Carlão (Zé Luís, 76’), Lima (Paulo César, 64’) e Hélder Barbosa (Djamal, 75’).

Treinador

José Peseiro.

Beira-Mar

Rui Rego, Pedro Moreira, Hugo, Sasso, Joãozinho, Fleurival, Collet (Nuno Lopes, 67’), Balboa, Serginho (Jaime, 46’), Nildo e Abel Camará (Rafael Batatinha, 67’).

Treinador

Ulisses Morais.

Árbitro

Paulo Baptista, de Portalegre.

Amarelos

Hugo (75’), Baiano (82’), Jaime (85’) e Custódio (90+1’).

Golos

1-0, por Rúben Micael, aos 27’; 2-0, por Rúben Micael, aos 33’; 3-0, por Rúben Amorim, aos 86’; 3-1, por Nildo, aos 90+3’.

Notícia actualizada às 22h20
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