Robô Curiosity já está a rolar pela superfície de Marte

Foto
As rodas do veículo já deixaram as suas marcas NASA

Dentro da cratera Gale, no equador de Marte, os dias deixaram de ser os mesmos desde que o Curiosity aterrou a 6 de Agosto. Na segunda-feira, pela primeira vez, o robô caminhou pelo planeta, deixando as marcas das rodas no solo. E, claro, em jeito de documentação, tirou fotografias das pegadas, mostrando como os mecanismos que controlam o movimento estão a funcionar.

"Não podia ser mais importante. Nós construímos um rover e a não ser que ande, ele não poderia fazer nada”, disse Pete Theisinger. O cientista é um dos responsáveis pelo projecto do Curiosity e pertence ao Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, que fica em Pasadena, na Califórnia. Esta é uma boa notícia, depois de se saber que um dos sensores que lê a velocidade do vento do robô está estragado.

O robô de seis rodas caminhou 4,5 metros para a frente, curvou 120 graus e andou de retaguarda mais 2,5 metros — quatro das rodas do veículo conseguem andar para trás. Fez este trajecto em cinco minutos e ficou a seis metros de distância do início. Depois, passou dez minutos a tirar fotografias do seu percurso. E foi então que se percebeu que uma das rodas estava em cima de uma pedra de nove centímetros de altura quando o rover aterrou.

O robô está preparado para andar pelo menos 20 quilómetros durante a sua missão de dois anos terrestres. O principal objectivo da NASA é a base do monte Sharp, que está a poucos quilómetros. O monte, com 5,5 quilómetros de altura, tem sedimentos formado há milhões de anos, quando Marte era mais húmido. O Curiosity vai pesquisar a composição dessas camadas para tentar perceber se esse ambiente poderia conter vida.

Antes, o primeiro destino é uma região que a NASA chamou de Glenelg e fica a 400 metros a sudeste do Curiosity. As imagens de satélite mostram que ali há uma intersecção de três tipos de solo, que podem ser interessantes para o robô analisar com os seus instrumentos.

A NASA já divulgou os resultados daa primeiras análises feitas pela CheCam, o instrumento que usa um laser para medir rapidamente a composição de rochas. A primeira vítima foi a rocha N165 que a NASA chamou de Coroação. O Curiosity fez um zap! com o laser no domingo e enviou os resultados para a Terra sobre a química da rocha de sete centímetros. Para já, os dados indicam que é um basalto — um rocha vulcânica,

Nos próximos dias vão continuar os testes. Depois, o Curiosity vai sair do lugar onde aterrou e que já marca a história da exploração do planeta. A NASA decidiu dar ao local de aterragem o nome de Bradbury, o apelido de Ray Bradbury, o escritor norte-americano que morreu em 2012, depois de completar 92 anos, e marcou a literatura mundial com livros como Fahrenheit 451 ou As crónicas marcianas. “Muitos de nós e milhões de leitores foram inspirados pelas suas histórias onde sonhou com a possibilidade de haver vida em Marte”, disse Michael Meyer, da NASA.

Sugerir correcção
Comentar