Steve Jobs estava “receptivo” a um iPad mais pequeno

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O iPad tem 9,7 polegadas, mais do que os aparelhos do Google e da Amazon Justin Sullivan/Getty Images/AFP

Steve Jobs estava aberto à hipótese de um tablet mais pequeno, revelaram documentos exibidos no processo entre a Apple e a Samsung, que tem oferecido um vislumbre raro sobre o tipicamente secreto processo de criação da multinacional americana.

De acordo com um email do vice-presidente Eddy Cue para o então director de operações e número dois da empresa, Tim Cook, Steve Jobs estava “muito receptivo” à ideia de um tablet de sete polegadas (o iPad tem 9,7 polegadas). Em público, Jobs várias vezes criticou os tablets de sete polegadas, argumentando que era um tamanho de ecrã demasiado pequeno.

Cue sugeriu também, por email, a vários outros executivos de topo a ideia de criarem um tablet mais pequeno, argumentando que havia mercado para esse aparelho e que tinha tido boas experiências precisamente com um dispositivo da Samsung, um Galaxy de sete polegadas.

O rumor de um iPad de dimensões mais reduzidas circula há muito, em parte alimentado pelo facto de tanto o Google como a Amazon terem optado por este tamanho para o Nexus 7 e o Kindle Fire, respectivamente, o que lhes permitiu colocar os aparelhos no mercado a preços mais reduzidos do que se os ecrãs fossem maiores.

Nesta segunda semana do caso, que decorre num tribunal californiano e em que a Apple pede uma indemnização de 2,5 mil milhões de dólares e uma proibição das vendas da Samsung nos EUA, alegando que esta imita o design e funcionalidades do iPhone, foi aceite como prova um email em que um executivo da Samsung elogia a interface de utilização do telemóvel da Apple.

O email, de Fevereiro de 2010, é um resumo de uma reunião entre executivos da companhia sul-coreana, na qual o responsável pela divisão de comunicações móveis afirmou que comparar o sistema operativo Omnia (que a Samsung ainda integra em alguns dispositivos, mas que quase abandonou em favor sobretudo do Android) com o iOS, do iPhone, era a “diferença entre o céu e a Terra”.

“Quando alguém (tanto consumidores como a indústria) fala sobre experiência de utilização, comparam-na com o iPhone. O iPhone tornou-se o padrão”, observou ainda durante a reunião.

O julgamento, que deverá durar até ao fim de Agosto, inclui ainda contra-acusações por parte da Samsung, que alega que a Apple infringiu patentes relacionadas com tecnologia de comunicação 3G. Os argumentos são apresentados a um júri de dez pessoas, que terá de decidir unanimemente para que cada uma das alegações de ambos os lados seja considerada válida.

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