Eleições presidenciais do México vão para recontagem parcial
As autoridades eleitorais mexicanas anunciaram que vão fazer uma recontagem parcial dos votos do sufrágio presidencial do passado domingo, em que foi dada a vitória a Enrique Peña Nieto, mas cujos resultados foram contestados pelo seu rival, Manuel López Obrador, alegando que ocorreram irregularidades.
O Instituto Federal Eleitoral disse que procederá à recontagem de mais de metade das assembleias de voto – mais de 78 mil das 143 mil urnas de voto – dando aval a que foram encontradas “inconsistências” na contagem inicial. O resultado recontado, final e oficial, deverá ser conhecido no próximo domingo, disse a porta-voz do organismo, Ana Fuentes.
As leis eleitorais mexicanas prevêem a recontagem de votos sempre que são detectadas inconsistências nos relatórios da contagem, ou existe uma diferença de apenas um ponto percentual ou menos entre o primeiro e segundo candidato ou se todos os votos numa única urna são todos no mesmo candidato.
Com 99% dos votos contados, os resultados preliminares davam ontem o triunfo ao candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI, de direita), com 38%, com Obrador, do Movimento progressista (de esquerda), a reunir 32% dos votos – este último contestou prontamente os resultados, recusou aceitar a derrota e exigiu a contagem total dos votos, denunciando que a campanha ficou marcada por compras de votos e um tratamento favorável dado ao adversário pelos media no país, em particular a semi-monopolizada indústria televisiva.
As autoridades eleitorais revelaram que vão proceder igualmente à recontagem parcial dos boletins para as eleições intercalares para o Senado – 61% das assembleias de voto – assim como das para a câmara baixa do Congresso – 60% das assembleias de voto.