“Direitos reprodutivos” ficam de fora do texto

Dizer “saúde reprodutiva” ao invés de “direitos reprodutivos” deixou vários países insatisfeitos com o resultado final da conferência Rio+20 sobre desenvolvimento sustentável.

O documento aprovado fala do acesso das mulheres à “saúde reprodutiva”, mas vários países queriam ir mais longe, com o termo “direitos reprodutivos”, que já está em outros documentos oficiais da ONU e que abrange a liberdade dos casais tomarem as suas decisões quanto a quando e quantos filhos querem ter, abrindo assim a possibilidade ao aborto. O Brasil preferiu manter a versão que o Vaticano defendia.

No final da conferência, depois do documento ter sido aprovado, alguns países apresentaram declarações, que serão anexadas ao documento, em que se manifestam insatisfeitos com a linguagem adoptada. O Vaticano também apresentou a sua posição.

Horas antes, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, já tinha mencionado a questão no seu discurso no plenário da conferência. Na quinta-feira, num debate entre mulheres que são ou foram líderes de países, a ex-primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Bruntland, criticara a Presidente brasileira, Dilma Roussef, por ter aceito aquela formulação do texto, quando tinha defendido o acesso aos direitos reprodutivos das mulheres no seu discurso de abertura da Rio+20. “O multilateralismo da Rio+20 leva em consideração posições diferentes das minhas”, disse Dilma Rousseff.

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