Uma planta levou a Suazilândia ao Rio+20

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Para Irma Allen, o que mais interessa na Rio+20 é resolver o problema da planta invasora Ricardo Moraes/Reuters

Uns vieram pedir dinheiro. Outros vieram para não se comprometer. Alguns vieram para salvar o planeta. Mas para Irma Allen, o que mais interessa na Rio+20 - a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - é encontrar uma forma para resolver o maior problema ambiental do seu país adoptivo: uma planta invasora, que responde pelo nome científico de Chromolaena odorata.

É um pequeno arbusto, da família dos girassóis, originário da América do Norte, e que se tornou numa praga imparável noutros continentes. Na Suazilândia, onde a norte-americana Irma Allen vive há vários anos, a planta ocupa o lugar dos pastos e compromete a germinação de espécies nativas. Está por todo o lado. "Gostaria de descobrir, nesta conferência, se há uma forma de converter esta planta em biocombustível", diz Allen. Seria uma solução perfeita, que transformaria um problema ambiental numa solução energética.

A aspiração de Irma Allen ilustra um aspecto que tem vindo sucessivamente a ser discutido, desde a Eco-92, e que volta à agenda da Rio+20: a transferência de tecnologia limpa para os países menos desenvolvidos. É um princípio previsto em vários tratados internacionais, mas que tem sido difícil aplicar na prática, por falta de financiamento ou de mecanismos de cooperação.

Irma ajudou a lançar um projecto que acabou por se materializar na Autoridade Ambiental da Suazilândia, a que actualmente preside. Uma das vitórias obtidas desde então foi ter-se impedido a entrada, a partir da África do Sul, de electrodomésticos com CFC, o principal químico de síntese que destrói a camada de ozono. Agora, a luta é no reino vegetal, num país minúsculo, onde vivem 1,2 milhões de pessoas, a maior parte envolvida numa agricultura de subsistência.

A série Rio+20 é financiada pelo projecto PÚBLICO Mais
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