Sequenciado o genoma do bonobo

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Ulindi, a bonobo cujo genoma foi agora sequenciado Instituto Max Planck

Uma equipa internacional de cientistas apresenta esta quinta-feira, na revista Nature, a totalidade do genoma dos bonobos, os nossos parentes mais próximos juntamente com os chimpanzés.

Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Leipzig, e colegas, analisaram o genoma de uma fêmea bonobo chamada Ulindi, que vive no jardim zoológico daquela cidade alemã. Os genomas dos chimpanzés, dos orangotangos e dos gorilas já tinham sido sequenciados e só faltava completar a lista dos grandes símios com o dos bonobos.

Os bonobos e os chimpanzés contrastam nalguns dos seus comportamentos. Por exemplo, enquanto os primeiros são pacíficos, brincalhões e têm uma sexualidade sofisticada, os segundos são mais agressivos. Os cientistas esperam agora que a genética lhes permita perceber melhor as raízes evolutivas dessas diferenças comportamentais.

Os novos resultados incluem uma comparação dos genomas dos bonobos, dos chimpanzés e dos humanos. E mostram que a diferença entre o ADN do Homo sapiens e os de cada uma dessas duas espécies de símios é de cerca de 1,3%. Dito por outras palavras, os humanos encontram-se geneticamente à mesma “distância” dessas duas espécies de símios. Quanto aos chimpanzés e aos bonobos – espécies que divergiram, na árvore evolutiva da vida, há dois milhões de anos –, os seus genomas são menos distantes, diferindo em apenas 0,4%.

Os resultados também revelaram algo surpreendente: ao nível de certas partes do genoma, os seres humanos são mais próximos dos bonobos do que dos chimpanzés, enquanto noutras partes são mais próximos dos chimpanzé do que dos bonobos. Tratar-se-á agora de saber se as regiões identificadas estão de alguma forma relacionadas com as semelhanças e as diferenças de comportamento observados entre as três espécies.

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