Chipre à beira do resgate para a banca

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A exposição à dívida grega implicou fortes perdas para os bancos cipriotas Foto: François Lenoir/Reuters

O Governador do Banco Central do Chipre, Panicos Demetriades, admitiu que o país poderá pedir apoio à União Europeia para recapitalizar a banca. Em causa estão as necessidades de capital do segundo maior banco do país que podem chegar a 1800 milhões de euros.

Ao Financial Times, o governador expôs o impacto do sector financeiro à dívida grega e a dificuldade que os bancos estão a enfrentar para reforçar capitais por meios próprios até ao final de Junho, altura em que a banca europeia deve cumprir os requisitos mínimos de capital definidos pela Autoridade Bancária Europeia.

Segundo Panicos Demetriades, governador há cerca de um mês, o facto de o Estado precisar de encontrar meios, nas próximas semanas, para suportar o reforço de capitais no Cyprus Popular Bank torna um pedido de ajuda a Bruxelas mais provável. Mas ainda é possível que a instituição encontre a tempo capitais através de privados, acrescentou.

Ao mesmo jornal, também o líder do Cyprus Popular Bank, Michalis Sarris, notou não haver grande margem de manobra, uma vez que diz ser “difícil de ver de onde é que [o apoio à recapitalização] pode vir, se não for da Europa”.

O perdão à dívida grega e o impacto que os bancos com exposição tiveram de assumir no quadro da reestruturação da dívida helénica implicou grandes perdas para as instituições financeiras cipriotas. Segundo a Reuters, o Cyprus Popular Bank teve de registar imparidades (perdas) de 2300 milhões de euros com a dívida grega.

Panicos Demetriades considera que o fundo de socorro do euro existe para ser uma barreira de segurança e que pode ser usado “se for necessário”, disse ainda ao Financial Times. No final do ano passado, o Chipre conseguiu acertar com a Rússia um empréstimo de 2500 milhões de euros, que o Estado recebeu em três tranches até Abril.

O limite para as entidade financeiras encontrarem meios para se recapitalizarem termina a 30 de Junho, mas o governador do banco central cipriota está a tentar com as autoridades europeias um alargamento do prazo por um mês.

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