Governo de Hollande convencido de que chegará a acordo com Alemanha

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François Hollande assume funções como Presidente no dia 15 de Maio. Nicolas Tucat/AFP Photo

Pierre Moscovici, responsável pela transição presidencial na equipa do presidente eleito, François Hollande, afirma estar certo de que haverá acordo com a Alemanha sobre o crescimento.

“A pequena experiência que tenho destes assuntos, tendo sido durante cinco anos ministros dos Assuntos Europeus, é de que encontraremos um compromisso. E estou convencido de que começamos bem”, declarou Moscovici, em declarações à rádio RTL.

Tanto a chanceler alemã Ângela Merkel como o presidente eleito francês irão “falar-se directamente. É necessário que haja uma discussão aprofundada entre dois chefes de Estado e de Governo”, acrescentou o responsável francês.

Questionado sobre o propósito firme já expresso por Berlim de não renegociar as regras de disciplina orçamental europeia, aspecto exigido por Hollande, Moscovici afirmou que o futuro Presidente francês defende “uma construção europeia num sentido mais favorável ao crescimento” e “não quer ratificar este tratado (de disciplina orçamental) sem que seja completado com uma parte de crescimento”, sublinhou.

“Vamos deixar as coisas seguirem o seu caminho. A discussão terá lugar. Não podemos começar por dizer isto não e aquilo sim”, comentou.

O novo Presidente assume oficialmente funções no próximo dia 15 de Maio e deverá encontrar-se com Ângela Merkel imediatamente a seguir, antes de viajar para os Estados Unidos para as cimeiras do G8 e da Nato.

Apelos do Japão

Nos encontros nos Estados Unidos, Hollande poderá receber alguns apelos do Governo japonês, que pertence também ao G8. O ministro nipónico das Finanças, Jun Azumi, apelou hoje ao Presidente eleito para respeitar os compromissos assumidos pela França no que respeita ao défice orçamental.

“Queremos que ele faça o que ficou decidido até agora, e adoraria ser eu mesmo a dizer-lho se tiver oportunidade”, explicou Azumi durante uma conferência de imprensa.

O Japão é um importante parceiro comercial da União Europeua e um grande comprador de obrigações de fundos de investimento na zona euro. “Não sei se o senhor Hollande irá aplicar imediatemente o que disse durante os debates inflamados da campanha eleitoral. Mas sendo realista, penso que é impossível abandonar os esforços de consolidação orçamental”, salientou o mesmo responsável.

No final de Abril, o país aceitou emprestar 60 milhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional no âmbito de um reforço dos fundos destinados a melhorar a capacidade de financiamento da instituição.

O Japão é a terceira maior economia do mundo, mas teme que o agravamento da crise europeia prejudique o crescimento mundial e do arquipélago, que ainda está a recuperar do tsunami ocorrido em Março de 2011.

Notícia actualizada às 11h46

Acrescentaram-se declarações do ministro das Finanças japonês

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