Alemanha diz que plano europeu é “melhor via” para Atenas e rejeita mudar regras

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A Grécia não se deve desviar do caminho desenhado pelo plano de ajuda europeu, defendeu hoje o Governo alemão, que em resposta a François Hollande rejeita alterações na política orçamental da zona euro.

Muitos eleitores gregos estão fortemente descontentes com o resultado das políticas de austeridade no país, e demonstraram-no nas eleições do último domingo. Os dois partidos pró-europeus conseguiram menos que metade dos 300 lugares no Parlamento (149) e ficaram sem maioria.

Outros 60% dos votos foram para os partidos que estão contra o reforço das actuais políticas económicas, entre os quais estão os neo-nazis da Chryssi Avghi (Alvorada Dourada), que pela primeira vez conseguiram eleger representantes.

“Vamos manter as medidas que já foram decididas” e o plano europeu “é a melhor via para a Grécia”, defendeu hoje o porta-voz do Governo, Steffen Seibert, na habitual conferência de imprensa do Executivo.

“Esta política é formada por uma grande solidariedade europeia, de um lado, e por esforços imensos da parte grega do outro”, acrescentou o mesmo responsável, dizendo que o objectivo será “a longo termo restabelecer a competitividade mas também a estabilidade financeira da Grécia”.

O porta-voz do Governo de Ângela Merkel indicou ainda que Berlim apoiará qualquer equipa que esteja no poder em Atenas, desde que as medidas já aprovadas sejam cumpridas.

Tanto os resultados eleitorais na Grécia como em França, onde o socialista François Hollande derrotou Sarkozy e se prepara para assumir a Presidência do Governo, dão a entender que poderá dar-se uma alteração nas políticas europeias de austeridade. Hollande disse que pretende renegociar as regras europeias de disciplina orçamental.

No entanto, essa é uma expectativa mal vista pela Alemanha. Na conferência de imprensa de hoje, Steffen Seibert avisou que Berlim não irá permitir alterações às regras de disciplina orçamental e rejeita medidas para promover o crescimento que aumentem os níveis de dívida.

Bolsa de Atenas perde mais de 7%

Mas não foram apenas os alemães que reagiram hoje com receio, face às mudanças políticas na Grécia. O principal índice da bolsa de Atenas estava a perder 7,3% pouco depois das 12h (hora de Lisboa), com os investidores nervosos sobre possíveis alterações às medidas de austeridade no país.

No resto da Europa, a essa hora os mercados já estavam a desanuviar depois de terem aberto em queda no início da sessão. Em Lisboa, o principal índice, o PSI20, já tinha alterado a tendência negativa e ganhava 0,37%, enquanto Madrid estava a valorizar 0,67%.

Noutras bolsas europeias, embora ainda a negociar em terreno negativo, a bolsa de Paris estava já a recuperar, com o índice CAC40 a recuar para perdas de 0,13%.

Notícia actualizada às 12h27

Acrescentou-se informação sobre a bolsa grega e os mercados

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