Começou a construção do novo sarcófago da central de Tchernobil

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O número de edifícios concluídos caiu 36,5% face a 2013 Genya Savilov/AFP

O Presidente Viktor Ianukovitch pressionou um botão simbólico para dar luz verde ao início dos trabalhos na central nuclear, situada 100 quilómetros a Norte de Kiev. “Em nome da Ucrânia, expresso o meu profundo reconhecimento a todos os países que financiaram o Fundo de Protecção de Tchernobil, pela sua compreensão e por terem ajudado o nosso país a ultrapassar o maior desastre da História da Humanidade”, disse Ianukovitch. O projecto está estimado em 1500 milhões de euros.

“Esta construção não tem equivalente no mundo”, acrescentou o Presidente ucraniano, perante os representantes de mais de 20 países doadores, nomeadamente os Estados Unidos, a China e a França. A comunidade internacional desbloqueou 550 milhões de euros e o restante foi financiado pelo Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).

A 26 de Abril de 1986, uma explosão no reactor 4 da central de Tchernobil libertou uma nuvem de radioactividade que se estendeu a grande parte da Europa, mas que afectou sobretudo a Bielorrússia, Ucrânia e Rússia, então repúblicas da URSS.

Pouco depois da explosão, milhares de homens foram enviados, sem protecção, para o local para apagarem o incêndio e conter a radioactividade. Os restos do reactor acidentado foram cobertos com uma camada de betão. Mas esta instalação, construída à pressa em seis meses, está com brechas e não pode ser considerada segura.

Agora, o novo sarcófago – com uma altura equivalente a um prédio de 30 andares ou suficiente para albergar a Estátua da Liberdade e que abrange uma área equivalente a dois campos de futebol – será construído num terreno contíguo ao reactor e depois será transportado até ao reactor 4, sendo instalado por cima da velha camada de betão. Os trabalhos são realizados pelo consórcio Novarka, constituído pelas empresas francesas Bouygues e Vinci. O novo sarcófago terá uma duração de vida de 100 anos.

Hoje, entre seis e sete milhões de pessoas ainda vivem nos 150.000 quilómetros quadrados de territórios contaminados por césio na Ucrânia, Bielorrússia e Rússia. Cerca de 2,4 milhões ucranianos, entre os quais 428 mil crianças, sofrem de problemas de saúde relacionados com a catástrofe de Tchernobil, segundo os números do Ministério da Saúde ucraniano.

Na quinta-feira, uma manifestação de funcionários que participaram na limpeza da central reuniu 1000 pessoas em Kiev. Pediram uma melhor indemnização.

Até domingo, estão previstas cerca de 130 acções em França para marcar os 26 anos sobre Tchernobil, 40 na Alemanha e em outros países, segundo a rede "Sair do Nuclear", que agrega organizações não-governamentais que defendem o abandono da energia nuclear.