Penela vai reflorestar 1700 hectares depois de incêndios de Março

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Fogo destruiu quase 15 mil hectares Paulo Pimenta/Arquivo

A Câmara Municipal de Penela está a preparar um plano para a recuperação dos cerca de 1700 hectares de floresta destruídos pelos incêndios de há duas semanas, propondo aos proprietários privados o regresso às espécies autóctones.

O concelho foi atingido a 28 e 29 de Março por dois fogos, em S. João do Deserto e em Tola, que consumiram mato e eucaliptos. Agora a autarquia quer plantar espécies autóctones, como o castanheiro, o carvalho e o medronheiro.

“O que vamos fazer é um plano para reflorestar a área ardida, identificando o que ardeu e as espécies a plantar”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, António Alves.

Do levantamento já efectuado pela autarquia, concluiu-se que o primeiro incêndio consumiu cerca de 900 hectares de floresta e o segundo perto de 800 hectares de eucaliptal e mato, praticamente tudo propriedade privada.

“Não queremos que o eucalipto acabe definitivamente (no concelho), mas vamos sugerir aos proprietários que façam a reflorestação com espécies autóctones”, disse o autarca.

A devastação do concelho levou ao aparecimento no Facebook de um movimento pela reflorestação das zonas ardidas, com algumas empresas a prontificarem-se para oferecer árvores.

“Se houver particulares que aceitem, podemos criar, inclusive, um regime de voluntariado para colaborar na plantação das árvores”, sublinhou o autarca, que pretende “envolver todos os parceiros da Câmara” e os proprietários florestais.

O plano de reflorestação que está a ser preparado, acrescentou, irá incluir regras (que já constam da lei), como a delimitação do espaço mínimo que deve existir entre as árvores e as habitações (a 50 metros de habitações isoladas e a cem metros de aglomerados urbanos) e da rede viária (dez metros de cada lado).

“Devia haver um plano de ordenamento da floresta, que precisa de ser ordenada e cadastrada. Há muitos terrenos que ninguém sabe de quem são”, criticou o autarca do PSD, que diz “desconhecer por que razão se encontra suspenso” o Plano Regional de Ordenamento da Floresta para o Pinhal Interior Norte (PROFPIN).

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