O movimento Occupy Wall Street tem planeadas manifestações e marchas em várias cidades dos Estados Unidos – com epicentro em Manhattan – para assinalar, hoje, os dois meses de protestos que eclodiram em Nova Iorque contra a as políticas económicas e as instituições financeiras que responsabilizam pela crise financeira global.

As autoridades da cidade admitem concentrações maciças de manifestantes nas ruas e congestionamentos nas principais vias de circulação e transportes. “Estamos a levar isto a sério. E, por isso, as nossas forças [de segurança] vão ser mobilizadas, tendo em conta que dezenas de milhares de pessoas se vão manifestar, perturbando as vidas e rotinas das pessoas desta cidade”, avisou o vice-mayor de Nova Iorque, Howard Wolfson.

Os organizadores dos protestos visam pôr na rua uma manifestação em frente ao edifício da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em Wall Street, pelas 7h00 (locais, meio-dia em Portugal continental), e ainda concentrações em pelo menos 16 estações de metropolitano, oito horas mais tarde. E já pelas 17h (22h em Portugal continental) uma outra marcha desde o city hall até à ponte de Brooklyn.

Estes eventos estavam já a ser organizados antes da evacuação, na madrugada de terça-feira, de Zuccotti Park, de onde foram expulsos centenas de manifestantes numa fortíssima operação policial em que 200 pessoas acabaram detidas por “desacatos” e “desobediência às autoridades”.

O mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg, justificou esta decisão com a necessidade de fazer a limpeza do parque, onde o acampamento de protesto se mantinha há quase dois meses, por razões de “segurança e saúde pública” e avisou que seria permitido aos manifestantes regressarem ao local, que está aberto 24 horas por dia, mas já não com a possibilidade de erguerem tendas – centenas voltaram, mas não mais de uns vinte permaneceram durante a noite seguinte.

Acampamentos similares ao de Nova Iorque foram igualmente evacuados nestas últimas semanas em várias cidades dos Estados Unidos, incluindo Oakland, na Califórnia, e Burlington, no Vermont, onde foram detidas centenas de manifestantes e registados alguns confrontos violentos com a polícia.