Cortesia de Chiotis não chega para um FC Porto banal
Três semanas após a paupérrima exibição em São Petersburgo, contra o Zenit, o FC Porto regressou à Liga dos Campeões e não fez muito melhor (1-1). Apesar do brinde do guarda-redes grego Chiotis, logo aos 13 minutos, que resultou no primeiro golo, marcado por Hulk, os portistas aguentaram a vantagem apenas seis minutos e depois não tiveram arte para derrotar um APOEL que continua a ser uma boa surpresa no Grupo G.
Longe vão os tempos em que defrontar um clube cipriota era sinónimo de uma jornada tranquila. Os mais distraídos podiam pensar, quando o sorteio colocou o APOEL no mesmo grupo do FC Porto, que seis pontos já estavam garantidos para a equipa de Vítor Pereira. No entanto, os resultados nas duas primeiras jornadas do Grupo G confirmaram que o campeão de Chipre não está na Liga dos Campeões para fazer número.
A vitória em casa sobre o Zenit e o empate na Ucrânia frente ao Shakhtar colocavam o APOEL no primeiro lugar do grupo antes do jogo no Dragão e, a somar a isso, havia outro dado esclarecedor sobre as dificuldades que os cipriotas colocam aos rivais na prova: nos quatro jogos realizados fora de casa na fase de grupos da Liga dos Campeões (três em 2009-10 e um em 2011-12), apenas perderam um. Essa derrota aconteceu a 21 de Outubro de 2009, no Estádio do Dragão, contra o FC Porto, por 2-1.
O historial e as capacidades do APOEL não passaram despercebidas a Vítor Pereira. O treinador do FC Porto definiu o adversário como “muito bem organizado, solidário e compacto” e lembrou que os cipriotas “colocaram dificuldades” aos portistas há duas temporadas. No entanto, a mensagem transmitida aos jornalistas na antevisão do jogo não deve ter chegado ao balneário.
Na equipa inicial escolhida por Vítor Pereira estavam sete jogadores que há dois anos defrontaram o APOEL (Otamendi, Moutinho, James e Kléber eram as novidades) e, pela forma como os portistas encararam a partida, pareceu claro que, para os campeões portugueses, o jogo acabaria por decidir-se a seu favor, como há dois anos, com menor ou maior dificuldade. No entanto, desta vez não houve Falcao para resolver, como aconteceu no último confronto entre as duas equipas – o colombiano marcou o golo da vitória dos “dragões” a seis minutos do fim, em Nicósia.
Apesar da qualidade do APOEL, reflectida nos cinco pontos já alcançados, houve muito demérito do FC Porto. Com a equipa na máxima força, os portistas encararam a partida como se esta fosse a continuação do jogo frente ao Pêro Pinheiro e, para facilitar a tarefa dos campeões nacionais, Chiotis, aos 13 minutos, deu um “frango” e ofereceu o 1-0 a Hulk.
Mas, ao contrário do que aconteceu no fim-de-semana para a Taça de Portugal, depois do primeiro não veio o segundo, o terceiro, o quarto. Desta vez, pouco depois do golo portista surgiu empate: aos 19’, o brasileiro Ailton rematou cruzado de fora da área e fez o 1-1.
O golo dos cipriotas não espicaçou os amorfos jogadores do FC Porto: Guarín e Fernando jogavam em super-slow motion, Moutinho está irreconhecível, Hulk entrou com o fato de Givanildo, James parecia Cristián (Rodríguez)e Kléber fez muitas vezes lembrar que, afinal, Walter faz falta. Mesmo com 70 minutos para jogar depois do golo do empate, o FC Porto não conseguiu construir uma jogada com princípio, meio e fim e quase tudo morria sempre no trio do meio-campo portista.
Com o público nas bancadas cada vez mais nervoso, apenas Hulk, de forma tímida, ia criando perigo para o APOEL (56’, 65’ e 79’). Mas a inépcia portista e os assobios foram dando confiança aos cipriotas, que podiam ter chegado à vitória por Nuno Morais (63’) e Adorno que, já nos descontos, desperdiçou a melhor ocasião da partida.
Com este resultado, o FC Porto entra para a segunda volta do Grupo G fora dos lugares de acesso aos oitavos-de-final e, na próxima jornada, em Nicósia, vê-se obrigado a pontuar, sob pena de ficar numa posição muito complicada.
Ficha de jogoFC Porto,
1
APOEL,
1
Jogo no Estádio do Dragão, no Porto. Assistência
32.512 espectadores.
Helton, Sapunaru, Otamendi, Rolando, Álvaro Pereira, Fernando (Belluschi, 69’), Guarín, João Moutinho (Defour, 78’), Hulk, James Rodriguez (Varela, 69’) e Kleber.
APOELChiotis (Pardo, 51’), Poursaitides, Kaká, Oliveira, William Boaventura, Hélio Pinto, Nuno Morais, Charalambides, Manduca (Jahic, 71’), Trickovski (Adorno, 90+2’) e Ailton.
ÁrbitroAntony Gautier, de França.
AmarelosHélio Pinto (28’), Otamendi (29’), Kleber (45+2’), Trickovski (47’), Rolando (49’), James Rodriguez (54’), Sapunaru (72’), Alvaro Pereira (78’), Guarín (84), Kaká (84’), Hulk (90+4’).
Golos1-0, por Hulk, aos 13’ e 1-1, por Ailton, aos 19.
Notícia actualizada às 22h58