Acesso ao crédito “não é um direito”, diz Fernando Ulrich

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Ulrich considera que a “grande responsabilidade” dos bancos é “proteger os depositantes” Ricardo Brito/Arquivo

O presidente do BPI, Fernando Ulrich, disse hoje que o acesso ao crédito não é um direito para todos, uma vez que o principal dever dos bancos é evitar o risco que os depositantes poderiam correr caso o crédito fosse generalizado.

“Foi criada a ideia de que ter acesso ao crédito é direito, [mas] não é. É uma possibilidade que existe se o risco for aceitável”, afirmou o presidente do BPI na conferência “O Estado e a Competitividade da Economia Portuguesa”, organizada em Lisboa pela Antena 1 e pelo Jornal de Negócios.

Segundo Ulrich, a “grande responsabilidade” dos bancos é “proteger os depositantes”, pelo que as instituições só devem conceder crédito se “o risco for aceitável para quem tem de proteger os depositantes”.

As declarações do presidente do BPI surgem num momento em que os bancos têm sido fortemente criticados pelas restrições que estão a criar aos pedidos de financiamento não só para particulares, mas também para as empresas, que se queixam de juros demasiado altos e de condições financeiras de crédito quase proibitivas.

O economista e antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos João Salgueiro também referiu que os bancos só devem conceder crédito se este tiver uma qualidade adequada.

“Temos em Portugal dos maiores bancos da Europa, se houvesse boa procura de crédito estes financiavam, como estão a financiar noutros países europeus”, afirmou aos jornalistas, à margem da conferência.

Segundo o economista, as instituições têm de ter cuidado com o financiamento que atribuem para não “criar subprime”, ou seja, crédito de cobrança duvidosa.

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