França pede ao Japão para renunciar à caça à baleia e Austrália diz-se decepcionada

Foto
A Austrália quer o fim definitivo da caça comercial à baleia Ingolfur Juliusson/Reuters/arquivo

A França pediu ao Japão para suspender a caça à baleia na Antárctida e a Austrália diz-se decepcionada com o anúncio de Tóquio, feito hoje. Os dois países reafirmaram a sua oposição à caça aos cetáceos.

O Governo francês “entende que o Japão deve terminar as suas actividades de caça à baleia na Antárctida”, disse Bernard Valero, porta-voz do ministério, em conferência de imprensa. O responsável lembrou ainda o envolvimento de Paris na “protecção dos cetáceos e no respeito dos santuários”, em cuja criação participou, no âmbito da Comissão Baleeira Internacional.

“Quando o ministro das Pescas japonês anunciou que o Japão vai continuar a caça à baleia na Antárctida, a França vem reafirmar a sua oposição à caça dita científica, praticada no santuário do oceano austral”, acrescentou Bernard Valero.

Hoje, o ministro japonês das Pescas Michihiko Kano anunciou a abertura da campanha anual de caça à baleia na Antárctida, em Dezembro, e o reforço da segurança da sua frota, ameaçada nos últimos anos pelos defensores dos cetáceos.

“Especialmente decepcionada” por este anúncio, a Austrália reafirmou “a sua firme oposição a toda a caça comercial de baleias, incluindo a caça pretensamente científica praticada pelo Japão”, declarou o ministro australiano dos Negócios Estrangeiros, Kevin Rudd, em comunicado.

“O Governo australiano condena a decisão do Japão de continuar a caçar baleias no oceano austral”, num santuário criado pela Comissão Baleeira Internacional, pode ler-se ainda no comunicado. “O Governo [australiano] sempre se manteve convicto de que, se não for possível encontrar uma solução diplomática para as nossas diferenças sobre esta questão, então iremos optar pelos procedimentos legais” junto do Tribunal Internacional de Justiça.

“Vamos continuar a trabalhar para conseguir o fim definitivo da caça comercial à baleia”, comentou o ministro do Ambiente australiano, Tony Burke.

Sugerir correcção
Comentar