China está pronta a ajudar a Europa mas pede estatuto de economia de mercado

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Wen Jiabao na abertura do Fórum Económico Mundial em Dalian REUTERS/Jason Lee

A China está pronta para contribuir para um crescimento mundial mais equilibrado e para continuar a investir na economia europeia, mas quer uma contrapartida: ser reconhecida como economia de mercado, afirmou hoje o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

“A China acredita que a economia europeia vai recuperar”, afirmou o chefe do Governo chinês na abertura da sessão de Verão do Fórum Económico Mundial, em Dalian, no nordeste da China. E deixou a promessa: “A China vai continuar a aumentar os seus investimentos na Europa”.

As declarações de Wen Jiabao surgem depois de várias notícias dando conta de que o Governo italiano teria pedido à China que comprasse dívida pública do país, para tentar travar a escalada das taxas de juro nos mercados secundários. A segunda maior economia mundial tem vindo a comprar dívida dos países periféricos do euro - como Portugal e Grécia.

Contudo, para ajudar a Europa e contribuir para um crescimento mundial mais equilibrado, a segunda maior economia mundial quer uma contrapartida. “Espero que os dirigentes dos principais países europeus vejam com coragem a sua relação com a China de um ponto de vista estratégico", afirmou Wen Jiabao.

O primeiro-ministro fez, nomeadamente, referência ao facto de a China querer ver reconhecido o seu estatuto de “economia de mercado a nível mundial” pela União Europeia, que continua a dizer que as condições não estão reunidas para isso, desde logo devido ao facto de a maioria das empresas chinesas continuarem a pertencer ao Estado e os seus dirigentes serem frequentemente nomeados pelo poder político.

“Espero que haja avanços sobre esta questão [estatuto de mercado] na próxima cimeira UE-China”, adiantou o chefe de Governo chinês.

A segunda maior economia mundial tem vindo a reafirmar o seu apoio à Europa, numa altura que as bolsas e os mercados da dívida têm enfrentado sucessivas quedas devido ao receio de que a Grécia venha a entrar em falência.

Os grandes países emergentes que formam o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão, inclusive, encontrar-se na próxima semana para discutir como ajudar a União Europeia.

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