O filho do governador de Punjab, assassinado este ano por um dos seus guarda-costas por causa da sua oposição à controversa lei da blasfémia, foi raptado nesta sexta-feira em Lahore, no Leste do Paquistão, informou a polícia e a família.

Quatro homens em motos interceptaram Shahbaz Taseer no seu carro, na área de Gulberg, e levaram-no para uma rua nas proximidades antes de desaparecerem, disse a polícia, citando testemunhas.

“Dominaram-no com uma arma apontada à cabeça, forçaram-no a entrar num carro e depois aceleraram”, disse o polícia Syed Mumtaz, citado pela AFP.

“Shabhaz estava com um amigo quando quatro homens não-identificados o raptaram”, confirmou o irmão, Sheryar Taseer. “A nossa família recebeu ameaças de grupos extremistas e dos taliban”, continuou Sheryar Taseer, para quem estes grupos podem estar por detrás do rapto. Porém, ninguém reclamou ainda a autoria do ataque.

As autoridades disseram ter já iniciado uma busca por Taseer, que é director de várias companhias criadas pelo seu pai.

O governador da província do Punjab, Salman Taseer, do Partido Popular do Paquistão, foi assassinado este ano pelo próprio guarda-costas, Mumtaz Qadri, por ter apoiado uma mulher acusada de cometer heresia. Asia Bibi, uma cristã mãe de quatro crianças, foi condenada à morte, num caso resultante de disputas numa aldeia, gerando discórdias sobre a lei da blasfémia.

O rapto de Shahbaz Taseer é o segundo neste mês a envolver uma figura conhecida em Lahore. As autoridades estão ainda à procura de um perito em ajuda humanitária norte-americano, que foi raptado há duas semanas.

Warren Weinstein, de 70 anos, director no país da Austin Associates Inc, encontrava-se a trabalhar num projecto para as tribos do noroeste, nas áreas onde as tropas paquistanesas têm lutado durante anos contra os rebeldes islâmicos. Mais de oito homens levaram Weinstein durante um raide que ocorreu de madrugada na sua casa, em Lahore, a 13 de Agosto.