Nações Unidas querem estudar ruído que a humanidade faz no mar

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As baleias podem ter aumentado o volume dos guinchos Bob Pearce/Sydney Morning Herald/Reuters

A humanidade está a emitir cada vez mais ruído no oceano, e as Nações Unidas querem agora perceber que impacto é que esse barulho está a ter na vida marinha. Para isso, vão lançar um projecto de investigação que durará uma década e será apresentado numa conferência no final de Agosto.

“Muitas das espécies marinhas dependem maioritariamente do som como fonte de informação ambiental, da mesma forma que os humanos dependem da sua visão”, disse nesta quarta-feira a UNESCO, que anunciou que a reunião está agendada de 30 de Agosto a 1 de Setembro, em Paris.

“Apesar de haver pouca investigação que prove esta ligação, há uma suspeita crescente que o aumento dos níveis de ruído, e de alguns sons em particular, estão a alterar o comportamento de animais marinhos e talvez até estejam a reduzir a capacidade de estas realizarem as funções normais da vida como encontrar comida, procurar parceiros ou evitar os predadores”, defendeu a UNESCO.

Um dos exemplos que a organização apresenta refere-se às baleias. Há pesquisas que sugerem que várias espécies de baleias aumentaram o volume dos gemidos, cliques e guinchos que fazem para comunicar entre si.

Na reunião vão estar cientistas marinhos de topo, representantes do sector privado e das organizações militares que irão planear como é que vai ser realizada a experiência. O projecto terá o nome de Experiência do Oceano Tranquilo. Espera-se que estes dez anos de pesquisa preencham as lacunas de conhecimento que existem hoje, e que permitam uma melhor e mais informada gestão do ruído feito nos oceanos.

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