Candidatos a líder do PS atacam imposto extraordinário

A campanha interna para a liderança do PS passou esta quinta-feira pelos corredores do debate do Programa do Governo, no Parlamento.

Primeiro foi Francisco Assis, um dos concorrentes às eleições directas no PS, a atacar o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal, este ano. Por ser contrário ao que o PSD propôs durante a campanha para as legislativas.

Nem uma hora depois, nos Passos Perdidos, foi António José Seguro a criticar a medida e garantir que, se for eleito secretário-geral do partido, votará contra esta iniciativa do Executivo que não está no plano de resgate acordado entre Portugal e a troika do FMI, Comissão Europeia e BCE.

Assis criticou a injustiça desta medida, considerou “pobre” o discurso do novo primeiro-ministro no debate do Programa do Governo. Foi “um discurso vago, sem quaisquer medidas imediatas de redução da despesa pública, principalmente na área que o PSD privilegiou na campanha referente aos consumos intermédios, onde não há nenhuma linha de orientação concreta”.

A “única medida claramente afirmada” é má e é um “aumento da receita fiscal por via da retirada de metade do subsídio de Natal aos rendimentos superiores ao salário mínimo nacional”. O valor base é “muito baixo” e “contraria tudo aquilo que o PSD foi dizendo no passado”, afirmou Francisco Assis.

Pouco depois, António José Seguro também criticou a medida, disse esperar mais explicações da parte do Governo e anunciou que o PS não votará esta decisão no Parlamento.

“Além de um disparate, é chocante”, afirmou Seguro. Os portugueses, disse, “estão fartos de sacrifícios” e “já não têm mais furos no cinto” para apertar.

António José Seguro usou até o exemplo e o discurso de Cavaco Silva. “Como disse o Presidente da República no dia em que tomou posse, há limites para os sacrifícios – e este é um limite para esse sacrifício, que não está previsto no memorando da troika, não está apontado no Programa do Governo, não constituiu uma promessa eleitoral”, afirmou Seguro, depois de lembrar que Pedro Passos Coelho afirmou que que mexer nos subsídios de férias ou de Natal seria um disparate.

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