Murdoch vende MySpace por uma pequena fracção do preço de compra

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O MySpace ficou para trás no mundo das redes sociais PÚBLICO

A News Corporation, de Rupert Murdoch, vendeu o MySpace por 35 milhões de dólares (24 milhões de euros), depois de o ter comprado em 2005 por 580 milhões. O negócio representa seis por cento do valor da compra inicial.

O site – que há muito está em dificuldades – foi comprado pela empresa americana de publicidade Specific Media e a News Corporation vai reter uma pequena parcela de cinco por cento da rede social. A maior parte do montante será pago pela Specific Media em acções.

Depois de ter sido a estrela das redes sociais e um site quase obrigatório para músicos, o MySpace acabou por ser ultrapassado pelo Facebook. O MySpace ronda os 35 milhões de utilizadores mensais em todo o mundo, ao passo que a rede criada por Mark Zuckerberg já ultrapassou os 700 milhões.

No pico de popularidade, o MySpace tinha receitas na ordem dos 600 milhões de dólares. Este ano, a empresa de análise eMarkteer estima que o site consiga 184 milhões.

Um aspecto caótico (porque os utilizadores podem configurar à vontade as respectivas páginas) e o facto de não ter aberto a plataforma a terceiros (o Facebook deixa que qualquer pessoa desenvolva aplicações para serem usadas dentro da rede, o que inclui jogos como o popular FarmVille) estão entre as razões do êxodo de utilizadores. Atrás dos cibernautas para plataformas mais populares como o Facebook e o Twitter foram também os anunciantes.

Ao longo dos seis anos na News Corporation, o MySpace trocou várias vezes de gestores. No início deste ano, foram despedidos quase metade dos funcionários da empresa, depois de um terço já ter sido despedido numa medida anterior de contenção. A empresa estava hoje reduzida a cerca de 400 funcionários.

Num memorando aos funcionários, o actual presidente executivo, Mike Jones (que vai acompanhar a transição durante dois meses), antecipou "uma significativa redução da força de trabalho". A empresa tem escritórios em Portugal.

Em finais do ano passado, o site tinha tentado reinventar-se, lançando uma nova imagem e procurando ser um portal de entretenimento, para aproveitar a importância que tinha tido no panorama musical.

Em declarações à Business Week, publicadas na semana passada num artigo sobre a ascensão e a queda do MySpace, um dos co-fundadores do site, Chris DeWolfe, afirmou que um dos problemas foi a pressão da News Corporation para que o site fosse rapidamente rentável, o que terá obrigado a equipa a lançar novas funcionalidades depressa e sem que estivessem completamente prontas.

Por outro lado, notou DeWolfe (que já não está no MySpace), Rupert Murdoch acabou por perder o interesse na rede social e decidiu focar-se na rentabilização dos jornais do grupo (como o Wall Street Journal) e no negócio de disponibilizar conteúdos para o iPad.

A Specific Media não revelou o que pretende fazer com o MySpace.

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