Quercus pede que morte de activistas na Amazónia não fique impune

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As empresas importadoras de madeiras devem garantir madeira de proveniência legal Foto: Rickey Rogers/Reuters/arquivo

A morte de quatro activistas na Amazónia não deve ficar impune, pediu hoje a Quercus e a associação ambientalista brasileira Caracol. Ambas salientaram ainda a importância de garantir a sustentabilidade da madeira que entra para o mercado.

A floresta da Amazónia continua ameaçada pela desflorestação, em resposta à procura internacional de madeira, pasta de papel, carne e soja, denuncia a Quercus e o Instituto Caracol, em comunicado. Além da destruição de habitats, esta “eterna ameaça” fez recentemente quatro mortos. A 24 de Maio foram assassinados José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, “casal que desenvolvia um projecto de exploração sustentável da floresta com 500 famílias de extractivistas, que sobrevivem da venda de óleos vegetais e de frutas como o açaí e o cupuaçu”. Dias depois, Herenilton Pereira dos Santos, testemunha do homicídio, também foi assassinado. “Os ambientalistas faziam parte do Conselho Nacional das Populações Extractivistas, organização fundada por Chico Mendes, assassinado em 1988 por denunciar conflitos de terra e exploração ilegal de madeira”, contam em comunicado.

No dia 27 de Maio foi também assassinado Adelino Ramos, “activista que tinha denunciado a acção de madeireiros na região da fronteira entre os estados de Acre, Amazónia e Rondónia”.

“A Quercus (Portugal) e o Instituto Caracol (Brasil) lamentam profundamente as mortes agora ocorridas e exigem que estes crimes sejam investigados e não fiquem impunes”.

Ambas as associações pedem ainda que as autoridades brasileiras “mantenham (...) uma postura de promoção, defesa e valorização da biodiversidade e da floresta”.

Uma das melhores medidas para defender a Amazónia é, dizem, disponibilizar “uma total rastreabilidade da proveniência das madeiras comerciais, de modo a que o consumidor possa dizer não às madeiras não sustentáveis, provenientes da Amazónia ou de quaisquer outras florestas do mundo”. Importa que as empresas importadoras de madeiras e retalhistas garantam “que a madeira que vendem é de proveniência legal e sustentável”.

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