O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, admitiu hoje que as demolições na Praia de Faro são um processo “incontornável” mesmo não havendo verbas disponíveis de imediato para avançar com a remoção das construções em zona de risco.

Oitenta por cento das construções situadas na área concessionada à autarquia deverão ser demolidas, de acordo com o projecto de Plano de Pormenor (PP) da Praia de Faro, recentemente concluído.

Às 282 edificações agora sinalizadas para serem removidas da faixa central da praia juntam-se ainda as 249 dos extremos poente e nascente da praia, cuja demolição já estava prevista, o que significa que só restarão 85 das actuais construções.

Confrontado sobre a existência de verbas disponíveis para avançar com a demolição de mais de 500 construções, Humberto Rosa afirmou que existe a “sensação” de que o processo é “incontornável” mesmo sem dinheiro no imediato. “Ainda que não haja dinheiro de repente, estes planos também não são para ser feitos no imediato”, afirmou o secretário de Estado do Ambiente, sublinhando que o processo “acabará por compensar a prazo”.

“O que seria uma Praia de Faro varrida constantemente no Inverno por temporais com um cordão dunar a rebentar”, questionou o governante, alertando para o impacto económico que as intempéries também têm na Ria Formosa. “A motivação do Ministério do Ambiente é fazer o devidamente planeamento baseado em estudos científicos que apontam o melhor caminho e disso não nos podemos desviar”, concluiu.

Humberto Rosa falava ontem durante a inauguração de um edifício de apoio administrativo da Algar, empresa responsável pela valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos no Algarve, na Estação de Transferência de Faro/Loulé/Olhão.

O projecto do Plano de Pormenor da Praia de Faro era para ter sido debatido numa reunião da comissão específica que acompanha aquele plano na semana passada, mas a mesma foi adiada para data a anunciar.