Ministério das Finanças é o que mais absorve diplomados do Curso de Estudos Avançados

Os serviços e organismos do Ministério das Finanças e Administração Pública são os que mais atraem os diplomados do Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública (CEAGP), que hoje comemora dez anos de existência.

A "maior atractividade das remunerações que este ministério possibilita", nomeadamente na Direcção-Geral dos Impostos (DGI) e Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA), surge como factor determinante no momento de escolha do local a exercer funções. É o que revela um inquérito feito aos alunos diplomados por este curso - que tem a particularidade de garantir a entrada directa na função pública. De 2004 a 2007, foram recrutados entre oito e dez diplomados por ano, sendo que em cada edição saem aproximadamente 50 licenciados.

Dos 492 alunos que concluíram o curso nas primeiras nove edições do curso, apenas 50 por cento responderam ao inquérito feito pelo Instituto Nacional de Administração (INA). Desses 246 diplomados, 24 por cento encontram-se a exercer funções no ministério chefiado por Teixeira dos Santos. Em segundo lugar surge o Ministério do Ambiente e do Ordenamento, onde trabalham cerca de 15 por cento do total de diplomados inquiridos pelo INA. Já o menos atractivo parece ser o Ministério da Cultura, onde trabalham apenas dois por cento dos que responderam ao inquérito.

O balanço feito até agora, garante Lúcia Simões, responsável pelo CEAGP, "é extremamente positivo". Empregadores e trabalhadores "estão bastante satisfeitos com o trabalho desenvolvido". Os dados parecem comprovar isso mesmo: cerca de 48 por cento dos inquiridos afirmaram que o grau de satisfação com as funções exercidas é "bom" e 45 por cento afirmam mesmo ser "muito bom". Já 37 por cento dos inquiridos evoluíram profissionalmente no que toca as posições remuneratórias, facto que é "muito bom, apesar de todas as restrições", afirma a responsável pelo curso. Luísa Simões defende a continuidade do CEAGP, "tendo em conta que se trata de uma forma de reposição de trabalhadores que anualmente saem da função pública". Ainda assim, o número ainda está "longe de garantir o número de pessoas que têm saído, é preciso injectar sangue novo e bem preparado", afirma a responsável.

O curso tem a duração de um ano e para ingressarem no curso os candidatos têm de ter no mínimo a licenciatura. São submetidos a vários testes e posteriormente têm de pagar uma propina de cinco mil euros que lhes garante a entrada na função pública. O inquérito feito a diplomados e a 292 organismos, onde a taxa de resposta foi de 42 por cento, mostra ainda que a maioria dos diplomados é do sexo feminino, tem idade superior a 30 anos e é natural da região de Lisboa, próxima ao local de realização do curso, Oeiras. As áreas de licenciatura de onde provém a maioria dos diplomados são a Gestão, a Administração Pública e a Economia e o grau académico dos candidatos tem vindo a aumentar. "Só na última vaga, houve dois doutorados a candidatarem-se" afirma Luísa Simões. Nos dez anos de curso, foram já 549 os diplomados a entrar na função pública.

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