Moçambique: Quase metade da população vive em pobreza extrema

Apesar do cenário relativamente invejável ao nível da estabilidade política, Moçambique continua a ser, mesmo para os padrões africanos, um país onde a pobreza domina.

De acordo com os cálculos das Nações Unidas, 46,8 por cento da população moçambicana enfrenta condições de vida que não atingem o mínimo considerado necessário para fugir à pobreza extrema. Este número, definido pela ONU como o Índice de Pobreza Humana, coloca Moçambique no 127.º lugar em 135 países analisados. Atrás apenas estão países como o Afeganistão, Serra Leoa ou Guiné. A contribuir para este lugar estão resultados muito negativos em indicadores como a possibilidade de usar água potável, um privilégio que apenas 42 por cento dos moçambicanos têm.

É verdade que a economia moçambicana tem conseguido registar nos últimos anos ritmos de crescimento elevados, muitas vezes acima de cinco por cento, beneficiando especialmente da chegada de investimento estrangeiro. No entanto, sem petróleo, crescimentos ainda mais fortes que ajudariam a reduzir o enorme diferencial de riqueza existente não têm sido conseguidos.

O PIB per capita de Moçambique ainda é de 1083 dólares (em paridade dos poderes de compra), um valor que é quase três vezes menos que a média do continente africano e quatro vezes menos que o registado pelos vizinhos da África do Sul.

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