Moody’s revê em baixa rating de Portugal

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De negativo, o outlook da dívida pública portuguesa passa agora a estável Carlos Lopes, arquivo

A agência de notação financeira Moody’s acaba de rever em baixa o rating português em dois níveis, de Aa2 para A1.

A agência justifica esta revisão em baixa dizendo que “a força financeira do Governo português irá continuar a enfraquecer a médio prazo, como se pode ver pela deterioração crescente dos números da dívida do país”.

Além disso, as perspectivas de crescimento da economia portuguesa permanecem “fracas”, “a menos que as recentes reformas estruturais venham a produzir frutos a médio e longo prazo”, adianta a Moody's.

De negativo, o outlook da dívida pública portuguesa passa agora a estável, o que significa que não é provável um novo corte da avaliação de risco da agência no curto prazo (geralmente entre seis meses a dois anos).

A decisão tomada hoje pela Moody’s vem concluir o processo de revisão do rating que a agência iniciou no dia 5 de Maio, cerca de uma semana depois de outra agência de notação financeira, a Standard & Poor’s tem também cortado o rating da República Portuguesa em dois níveis, de A+ para A-.

Na altura, esta revisão em baixa provocou um autêntico vendaval nos mercados financeiros, fazendo os juros dos títulos da dívida portuguesa dispararem para máximos e encarecendo bastante o financiamento do país nos mercados.

Dívida pública vai continuar a deteriorar-se

Justificando o corte do rating, Anthony Thomas, vice-presidente e analista sénior na Moody’s, diz que os rácios de dívida pública face ao PIB e às receitas aumentaram rapidamente nos últimos dois anos, devido às medidas anti-crise do Governo e ao reforço dos apoios aos desempregados.

Daqui para a frente, a agência espera que a dívida pública continue a deteriorar-se durante pelo menos mais dois ou três anos, com os rácios da dívida face ao PIB e às receitas a aproximarem-se dos 90 e 210 por cento, respectivamente.

“A Moody’s mantém-se ainda preocupada com o potencial de crescimento da economia a médio prazo”, revela Anthony Thomas, dizendo não ser ainda claro até que ponto as reformas em curso irão fomentar o crescimento, pelo menos ao ponto de reverter o cenário da dívida. A agência prevê assim que o Governo português permaneça altamente endividado nos próximos tempos.

Notícia actualizada às 9h00
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