Cidade do futuro em Paredes representa investimento de dez mil milhões

A cidade inteligente que vai nascer de raiz em Paredes, numa iniciativa da empresa americana Living PlanIT, representará um investimento de dez mil milhões de euros e terá a “massa crítica” concluída até 2015, anunciou hoje o presidente da companhia.

“Acredito que já haja pessoas a morar na cidade no final do próximo ano, em que alguns edifícios já estarão concluídos, e a primeira fase estará terminada no primeiro ou segundo trimestre de 2012. Por volta de 2015 esperamos ter atraído cerca de 12 mil empresas e a massa crítica já estará concluída, mas a cidade estará em constante desenvolvimento”, afirmou Steve Lewis.

Falando à margem da formalização de um acordo com a Cisco, que marcou a adesão da primeira empresa ao projecto (classificado como Projecto de Interesse Nacional – PIN), Lewis afirmou que “o objectivo é, nos próximos meses, anunciar mensalmente um ou dois novos parceiros, portugueses e internacionais, embora nem todos com a dimensão e influência da Cisco”.

Para além desta, têm sido apontados nomes como a McLaren, Siemens, Microsoft, Intel, IBM e Bosch como pretendendo instalar centros de investigação e desenvolvimento no Silicon Valley português.

Numa área total de 40 hectares nas freguesias de Recarei, Sobreira, Aguiar de Sousa e Parada de Todeia, o PlanIT Valley promete ser “a primeira cidade do mundo em que a tecnologia está presente desde a construção dos edifícios e dos espaços, o que cria novas oportunidades a nível da energia, inovação e formas de interacção entre as pessoas”.

O objectivo é criar uma cidade piloto que será o modelo das cidades do futuro, com uma comunidade “muito focada nos técnicos e trabalhadores na área tecnológica”.

“Espero que a população seja bastante significativa, tendo em conta as cidades portuguesas, mas ao nível das outras cidades inteligentes, não uma mega-cidade como há em algumas partes da Ásia”, explicou Steve Lewis.

Para “atrair talento mundial e fixar o talento que já existe em Portugal”, o PlanIT Valley terá que ser “um bom espaço para viver”, com locais de trabalho e pesquisa, mas também infra-estruturas de educação, de saúde, de lazer, de comércio e zonas habitacionais, acrescentou.

“Não é um parque de ciência nem um campus, é uma cidade verdadeira com tudo o que há numa cidade, mas que esperamos que tenha um espírito tipicamente português”.

Com o trabalho de design actualmente em curso, Steve Lewis prevê o arranque da construção no último trimestre deste ano.

A Living PlanIT e a Cisco trabalharão juntas no desenvolvimento urbano de raiz da cidade, que acolherá um Centro de Inovação Global para Sensores em Rede da Cisco.

O objectivo é que o PlanIT Valley venha a integrar dezenas de milhões de sensores darão, em tempo real, informações sobre a vida da cidade aos mais diversos níveis.

A opção de instalar o projecto em Portugal foi justificada pelo presidente da Living PlanIT com “o clima, o talento e o grande apoio do Governo, da autarquia local e das autoridades regionais”, para além do espírito “colaborativo” dos portugueses.

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