Alexandre Aibéo, doutorado em astronomia, vence primeira edição do FameLab

Professor e doutorado em astronomia, Alexandre Aibéo venceu ontem a primeira edição do concurso FameLab, dedicado à comunicação da ciência, ultrapassando nove investigadores.

O concurso propunha aos cientistas fazerem uma apresentação sobre um tema de ciência em três minutos e sem recurso a meios informáticos ou tecnológicos. O vencedor, Alexandre Aibéo, terá agora a oportunidade de representar Portugal na finalíssima do FameLab, em Londres, Reino Unido.

Ontem, os dez finalistas apresentaram, em três minutos e recorrendo a técnicas formais tão criativas como a rima ou a inscrição de imagens na roupa, temas tão variados como os problemas dos antibióticos, dos produtos naturais, as vantagens das espécies de esponjas ou as teorias de Newton.

Alexandre Aibéo apresentou um tema dedicado à astronomia, área do seu doutoramento, iniciando a sua apresentação com a pergunta de uma criança de seis anos: “Como se fazem as estrelas?”.

O júri elogiou a capacidade de improvisar e de cativar o público e até o humor com que salientou alguns aspectos, sublinhando que o cientista “tem jeito para o stand-up comedy”.

Alexandre Aibéo contou que o motivou o “desafio de cativar um público em três minutos”.

Com 34 anos, há já quase 14 que dedica parte do tempo em apresentações de temas científicos e afirma que “ainda é difícil” fazer com que “as pessoas fiquem com brilho no olhar e que vejam as coisas de maneira diferente”.

“Quando estamos a comunicar ciência o que queremos é que a ciência salte para o público e ver o público com o olhar de uma criança de seis anos, curiosa. É disso que precisamos, como povo: de uma revolução de mentalidades. Essa revolução passa pela cultura científica”, afirmou.

O também professor do Instituto Politécnico de Viseu ganhou ainda um estágio de 15 dias na agência Lusa, que foi media partner do concurso, para que possa ver como uma agência de notícias trata a informação científica.

O público presente na final do FameLab premiou, por sua vez, Pedro Morouço, doutorado em ciências do desporto, com 29 anos, que expôs uma apresentação sobre as diversas leis de Newton.

O FameLab começou com 50 inscrições, com concorrentes de áreas de estudo, idades e habilitações literárias muito diferentes, com registo vídeo, reduzidas para 18 numa segunda fase.

Estes últimos concorrentes tiveram de ‘actuar’, sem qualquer tipo de apoio, como os tradicionais ‘powerpoints’, frente a um júri.

O júri da final foi composto por António Granado (jornalista e professor de Comunicação Social), Carlos Fiolhais (professor universitário e divulgador de ciência), Maria Mota (investigadora e presidente da Associação Viver a Ciência) e Nuno Crato (professor universitário e divulgador de ciência).

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