Magalhães: Microsoft fez pressões para que não fosse possível escolher outro sistema operativo

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Quanto aos erros de ortografia, gramática e sintaxe nas instruções dos jogos incluídos no Magalhães, o representante da Caixa Mágica assumiu a responsabilidade Enric Vives-Rubio

O representante da empresa Caixa Mágica (Linux) - que fornece software ao Magalhães -, Paulo Trezentos, disse ontem na comissão de Inquérito à Fundação para as Comunicações Móveis (FCM) que a Microsoft fez pressões para que os utilizadores do aparelho não pudessem escolher o sistema operativo.

O computador Magalhães disponibiliza ‘dual boot’, ou seja, tem instalados dois sistemas operativos - Windows XP e Linux - e os utilizadores podem escolher em qual dos dois querem iniciar o trabalho.

No entanto, o representante da Caixa Mágica, empresa responsável pela instalação do Linux nos computadores Magalhães, disse ontem que a Microsoft fez pressões para que esta escolha não fosse possível, de modo a que o Windows iniciasse automaticamente.

“A Microsoft utilizou toda a espécie de pressões para que o Windows iniciasse automaticamente, mas tanto o Ministério da Educação como a JP Sá Couto conseguiram” que fosse possível seleccionar o sistema operativo, disse Paulo Trezentos, durante a audição na comissão de inquérito à FCM.

O representante da Caixa Mágica disse que quando foi lançado o programa e.escola a empresa contactou o gabinete do secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, as operadoras de telecomunicações e os fabricantes de material informático.

Em resposta ao deputado do PSD Jorge Costa, Paulo Trezentos disse que a JP Sá Couto e a Inforlândia foram as entidades responsáveis pelos pagamentos à empresa no âmbito dos programas e.escolinha e e.escola, respectivamente.

Quanto aos erros de ortografia, gramática e sintaxe nas instruções dos jogos incluídos no computador portátil Magalhães, que causaram polémica, o representante da Caixa Mágica assumiu a responsabilidade. “A responsabilidade é nossa. Os erros foram deixados, permitidos por nós”, afirmou.

A comissão de inquérito à FCM tem como objectivo saber em que moldes foi adjudicado o fornecimento dos computadores Magalhães à empresa JP Sá Couto e apurar o destino das verbas (1300 milhões de euros) das contrapartidas das licenças para os serviços móveis de terceira geração.

A comissão de inquérito retoma os trabalhos na próxima semana.

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